terça-feira, 23 de maio de 2017

Onde estaríamos dentro do Cenário Mundial no Jogo Othello?



Onde estaríamos dentro do imenso Universo Otelístico do cenário Mundial?

Com o árduo trabalho de organizadores como Moisés Correia, Evans Fritsch, Joselita Fuza Correia dentre outros, vimos o número de jogadores de Othello crescer gigantescamente em Nova Odessa e região. E sem sombra de dúvidas hoje graça a esse grande trabalho, o Brasil está entre as nações onde mais esse esporte cresce, junto ao Japão e Coréia do Sul, por exemplo. Estamos à frente de quase todo o planeta, países como Estados Unidos, Holanda, Itália, França e Dinamarca ficaram para trás, mas bem para trás mesmo! Mas com isso vem outra pergunta:  Temos de fato o número e é grande, porém de fato estaríamos tecnicamente preparados para jogar com os grandes jogadores americanos (me refiro ao continente americano completamente) europeus e asiáticos de igual para igual? Ou ainda estamos engatinhando?

Antigamente, era quase praxe termos 10 ou no máximo 12 participantes nas competições de Othello aqui no Brasil, e não pense que esse número era baixo! Pois era e ainda é a média de 85% dos países que têm competições oficiais de Othello, muitos países ainda hoje somente conseguem reunir no máximo cinco jogadores por campeonato, quando têm sorte. Então ainda é uma novidade muito boa quando vejo campeonatos aqui no Brasil com 35, 50, 60 ou 80 participantes, chega a ser surreal de fato. A maioria desses jogadores estão começando a jogar agora, têm uma boa dedicação e interesse pelo jogo, mas ainda pouco contato virtual ou número de partidas consideráveis, e se vocês leram minha postagem sobre o desenvolvimento da técnica “E ai, como anda a sua técnica?” perceberam que não basta apenas ler livros ou ver vídeos do jogo, tem que jogar e treinar, caso o contrário a ideia e timing do jogo não fixa na memória, e principalmente gostar do jogo; sentir prazer em cada coisa nova aprendida, memorizar e comemorar cada vez que consegue aplicar uma jogada no oponente, se alegrar a cada “monstro” derrubado pelo caminho. Isso é gostar do jogo, e tendo isso, com o treino e partidas o progresso virá inevitavelmente. Bom, de toda a turma, quantos habilidosos jogadores sairão dessa garimpagem natural na saudosa safra de jogadores brasileiros?

Acredito que obviamente nem todos, talvez até a maioria mesmo abandone o jogo Othello, (a grande maioria dos jogadores iniciantes é juvenil, estão abaixo dos 18 anos de idade) talvez porque enjoe de jogar, ou porque descobrirá jogos e modalidades que para eles será mais atrativo, tais como xadrez, damas, gamão, carcassonne, judô, futsal dentre outros... Ou apenas parará de praticar qualquer coisa para que possam se dedicar aos estudos, ou trabalhar, enfim. Estes levarão para toda a vida toda a cultura ensinada e assinada em suas mentes pelos esportes e jogos de tabuleiros, tal como dedicação, concentração, superação e respeito, mas seguirão suas vidas. E com isso teremos um número mais reduzido daqueles que de fato irão começar a jogar virtualmente diariamente (sim, os treinos se tornam mais eficazes quando são diários) e que começarão a entender o jogo de verdade, saberão realizar jogadas incríveis que desconhecem o nome, mas que conhecerão na prática. Esses futuros e enigmáticos jogadores serão aqueles que se juntarão a turma antiga do jogo no país dentro do critério técnica e habilidade, pois hoje ainda dentro desse critério, de fato, estamos somente no começo dentro da nova safra. Se usássemos uma fita métrica imaginária para medir as habilidades e conhecimento técnico dos jogadores atuais do Brasil, da turma antiga e da nova, em comparação com os jogadores do resto do mundo, em que posição nessa fita, estaríamos?

Essa não é uma pergunta assim tão fácil de responder, mas à priori eu diria que os jogadores veteranos, aqueles que destes praticam e estão sempre afiados e atualizados, não diferem muito do nível da grande maioria dos jogadores de ponta da Europa ou Estados Unidos, por exemplo.  Logo após, eu diria que os jogadores que jogam diariamente, mas não treinam e absorvem o que aprendem estariam abaixo nessa métrica, seguidas pelos iniciantes da nova safra. Os jogadores japoneses estariam muito alto nessa linhagem, bem acima da maioria e acima dos europeus e dos outros jogadores asiáticos. Outra coisa importante que eu gostaria de deixar claro, é que essa lista de notas, é puramente baseada em observações pessoais, não me utilizei de posição no ranking mundial, nem de detalhamento técnico apurado, me baseei apenas dentro daquilo que eu sei, que pesquisei, e que vi sobre os feitos desses jogadores, junto com minhas memórias referente a jogos que vi de alguns dos mesmos, e em todos os países há jogadores iniciantes que passam pelas mesmas dificuldades e fases no aprendizado, a minha intenção com a lista é puramente mostrar um norte, mostrar aos iniciantes e talentosos jogadores brasileiros, o caminho que há pela frente, que não é curto nem fácil, mas tão pouco intransponível.

Bom, vamos lá. Supomos que tenhamos um sistema de medida que vá de 0 a 100, onde estariam dentro dessa métrica alguns jogadores norte-americanos, canadenses e argentinos. Vou citar Ben Seeley dos Estados Unidos, Tim Krzywono do Canadá, Daniel Olivares, Maximiliano Pellizzari e Marcelo Lisnovsky os três da Argentina. O jogador estadunidense Ben Seeley já foi duas vezes campeão mundial, e participou de inúmeros campeonatos dentro e fora dos Estados Unidos, é um jogador muito habilidoso. Ele estaria a meu ver, de 0 a 100 em 85 nessa métrica. O canadense Krzywono, ótimo jogador que até mesmo já participou de cinco mundiais, estaria em 75. Os jogadores argentinos, que geralmente são de alto nível, estariam Olivares em 70, Maximiliano em 76 e Marcelo em 75. Se irmos à Europa, poderíamos avaliar a habilidade de jogadores como Nicky van den Biggelaar da Holanda, Michele Borassi da Itália, Matthias Berg da Alemanha, Martin Ødegård da Noruega, Mario Madrona da Espanha, Oskar Eklund da Suécia, Imre Leader e David Beck ambos da Inglaterra e Dmitriy Atamanov da Rússia Onde cada um desses excelentes e veteranos jogadores estariam?
Sem mais delongas, respectivamente à ordem dos nomes: 80, 76, 82, 72, 74, 72, 78, 79, 82. Ou seja, praticamente estariam de 72 a 82, dentro do meu entendimento. E os asiáticos em geral, qual seria a posição? Para responder isso, vamos citar estes jogadores: Hideshi Tamenori, Takeshi Murakami, Yusuke Takanashi e Yasushi Nagano, todos do Japão. Dos outros países da região teríamos, Yan Song da China, Piyanat Aunchulee da Tailândia, Meng joo Lai da Malásia, Joung-Mok OH da Coréia do Sul, Kelvin Yang de Hong-Kong, e Alex Koh Bo Chao de Singapura, e o resultado seriam essas notas respectivamente: 95,92,90,88 (essas notas são dos jogadores japoneses) continuando:86, 88, 84, 82, 72, 75. Bom, é isso ai, estamos com isso começando a pegar o parâmetro necessário para entender um pouco mais da nossa posição referente ao resto do mundo, para com isso consigam entender um pouco melhor a média de notas brasileiras.

Assim como Pedro Álvares Cabral, finalmente chegamos ao Brasil... Pois é, mas dessa vez prefiro não pormenorizar as notas, e sim apenas colocar a média geral das classes de jogadores, só isso já bastará para termos uma ideia de como estamos referente ao restante do mundo. Para analisarmos os brazucas, vamos dividir a turma toda em três categorias, a primeira seria a de jogadores de tabuleiro e campeonatos oficiais veteranos, a segunda de jogadores virtuais em geral, mas que nunca participaram de um campeonato otb, e a terceira turma seria toda a nova safra de jogadores de Nova Odessa e região. E ficaria assim:

Jogadores Brasileiros de Campeonatos Oficiais, (Veteranos):

Lucas Cherem, Marcos Paulo K-Marão, Henrique Oliveira, Daniel Dantas, Fabrício Silva, Jun Takemoto e Roberto Iglesias. A nota GERAL para toda essa turma em nível de habilidade e técnica, seria algo de 0 a 100, igual a algo de 65 a 78. Nota boa ao meu ver.

Jogadores Virtuais em Geral:

Anuar Haddad (Salim), Ricardo Brandão, Dennis Medeiros, Adrian (Buyo), Guilherme Chyodetto (Satto), Vitor Cid. E a nota geral para essa turma seria em algo como, de 0 a 100, algo de 70 a 80. Uma excelente nota, realmente motivada pelo excesso de treino e de jogos seguidos.

Jogadores da Nova Safra, de Nova Odessa e Região:

Mitsuru Dairokuno, Gabriel Marden, Evans Fritsch, Moisés Correia, Joselita Fuza Correia, Vitor Paie Correia, Dinah Godoi.  Esses são os jogadores que eu realmente tiro o meu chapéu, pois são esforçados de verdade, inclusive fiz uma postagem no meu Facebook enaltecendo o nível do jogador Vitor Paie Correia, que pude jogar em dezembro do ano passado na Copa de Natal da Ludus Luderia, é um bom jogador levando em consideração o pouco tempo que conhece o jogo. Também dessa lista não posso deixar de elogiar o desempenho da Campeã Brasileira Dinah Godoi, que eu pude jogar e notar que é dona de um bom raciocínio de jogo e uma excelente concentração. Sobre o Evans eu diria ser um jogador com uma boa noção de armação de jogadas, achei um bom jogador também, e o Moisés chegou até a ganhar um Campeonato, no caso, o Campeonato Paulista de 2016, o primeiro campeonato paulista que já tivemos, e derrotando, incrivelmente, o tricampeão brasileiro de Othello, Lucas Cherem na final. Então, eu poderia presumir que a nota dessa turma, de 0 a 100 iria de algo em torno de 30 a 40, é uma boa nota também, levando em consideração o pouco tempo que conhecem o jogo. Obviamente que ainda falta muito treino para se igualar aos jogadores de ponta no continente Americano, Europa e Ásia, mas estão progredindo.

Nesse jogo, como em qualquer jogo que você possa conhecer na vida, não existe panacéia, ou seja, o remédio milagroso para todas as coisas, para entender Reversi de verdade tem que jogar e treinar, não é um caminho curto. Acredito que a evolução inicial costuma ser mais rápida, você poderá ir de 10 a 30 rapidamente, já se destacando perante àqueles que não conhecem muito do jogo, mas a velocidade costuma desacelerar com o tempo, e você percebe que para dar um passo a mais, será necessário estudos mais profundos. Depois de treinar e derrotar vários oponentes, na realidade é quando você se da conta que está apenas no limiar do saber, é quando você percebe que o caminho é longo e que existe algo além de apenas estudos. Para realmente nos tornarmos bons nesse jogo, temos que ter uma ideia pertinaz que gruda na mente e não sai, a ideia de melhorar a cada dia, se superando e passando por todas as intempéries que possam vir, e com isso entender cada vez mais o quanto nos falta para aprender. A barreira poderá ser quebrada, não tenho dúvidas disso, mas essa barreira não está próxima, ainda há o que se caminhar. Hei de jogar fora todos os delírios e se apoiar na realidade, só assim poderá saber onde está, e para aonde quer ir.

Obrigado a todos.