terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Os Melhores Jogadores Brasileiros de Reversi, 2003 a 2017




Olá a todos, tudo bem?

Há exatos 6 anos, eu fiz uma postagem da qual na minha humilde opinião, eu dizia quem eram os melhores jogadores brasileiros de Othello/Reversi. Pois bem, lembro que essa lista deu um falatório só, algumas pessoas não ficaram satisfeitas e diziam coisas tais como: “Ah, mas fulano não está na lista?” ...  “Coloca sicrano, ele joga pra c...!” e até mesmo: “Oh, faltou eu nessa lista” [ironic/mode] creio eu. Mas isso tudo foi normal, pois não é nada fácil fazer uma lista arbitraria, subjetiva e pessoal e tentar agradar a todos, uma vez que minhas listas não agradam nem  a mim mesmo quando as leio no dia seguinte. Dessa vez, seis anos mais experiente e com mais bagagem analítica, estou um pouco mais seguro com meus palpites e, sim, são só palpites. Uma vez que não tive acesso a dados recentes de alguns desses jogadores, só posso especular em qual grau técnico o agente estava na última vez que o analisei, e qual impressão deixou impregnada em minha mente, dentre aqueles que pude analisar, em qual fase o analisei? Boa, regular ou má fase? Para isso o agente terá que contar com a sorte de ter jogado bem nos dias que pude analisá-lo, fora isso, posso acrescentar minhas impressões durante partidas que joguei contra o jogador, em momentos em que eu estive numa boa fase e detalhes característicos a cada jogador. Critérios como fluência, criatividade, esquema tático, capacidade de criar armadilhas (Vai desde de Stoner Trap, passando pelos Swinddle até Envenenar Discos), leque amplo de aberturas (jogadores que usam somente uma ou duas aberturas não se comparam aos que usam 5,6 ou 7 aberturas, mesmo que sejam bons, caem no critério da criatividade) forte posicionamento e etc... Outra coisa que conta muito é a assinatura jogabilística de classe, ou seja, o estilo do jogador, aquele “caractere” que só ele tem, o trejeito que o denuncia mesmo quando quer jogar anonimamente, todos temos isso e não importa se é bom ou mal jogador, mas obviamente pelo título da postagem, só levarei em conta os bons jogadores. Como poderão notar, por motivos obvieis eu não me coloquei na lista, não analisarei eu mesmo, seria tendencioso talvez.

Ironicamente essa lista é bem dividida entre jogadores do Flyordie e do PlayOk, 10/10, e isso não foi propositalmente não, foi apenas coincidência, mas não significa que os nicks flyordianos e playokianos estejam ativos ainda, pois alguns dos integrantes dessa seleta lista sumiram do mapa, infelizmente. Em comparação com a minha primeira lista, essa tem alguns nomes novos, jogadores que surgiram agora ou que simplesmente se desenvolveram somente agora, tais como Vitor Cid, Ricardo Brandão e Denis Ribeiro. Alguns membros da lista antiga decaíram um pouco e não estão mais nessa lista, tal como Daniel Dantas (ddantas – P), Suzane Petry (Sú – F) e Paulo Silva (bizonho21 – P). Nessa lista assim como na outra, só tem uma representante feminina, até mesmo porque ainda há uma certa predominância masculina nesse e em outros jogos de tabuleiro, mesmo que eu reconheça que existam magníficas jogadoras de Othello/Reveris pelo mundo, posso citar a Veronica Stenberg da Suécia, Velma Fu de Hong-Kong, Joanna William de Singapura dentre outras mais... Mas, ainda é raro ver mulheres se interessarem muito por esse jogo. (Talvez Nova Odessa mude um pouco isso, já estamos vendo progresso) Outra coisa sobre essa lista é que infelizmente tem jogadores que não participam do nosso circulo de amizade e divulgação, (mas tão pouco incomodam alguém hoje em dia) mas que mesmo assim seria injustiça da minha parte deixá-los de fora, só para citar dois: Jeffeson e Paulo Farina, por algum motivo nunca proferiram uma só palavra a nenhum dos jogadores que inocentemente fazem parte dos veteranos e iniciantes, por razões de privacidade (compreensível nos dias de hoje) ou turrice mesmo. Nessa lista também há outra coisa inusitada, tem um gringo. Pois é, o Pedro Jorge (le magnific – F) é português, mas como desde o início interagiu com os brasileiros super veteranos como Lucas, Adegar, Marcos e outros, acabou ficando meio abrasileirado, acabou fazendo parte da turma de brasileiros, até mesmo porque não há tantos jogadores portugueses de Othello/Reversi, por alguma razão incógnita... Um país que fica do lado da Espanha que tem uma excelente divulgação desse jogo, próximo à França, Itália e Alemanha por assim dizer, e nem sequer sabem que o jogo existe, é de se questionar mesmo. Nessa lista apenas três jogadores já participaram de algum campeonato de Othello oficial, são eles: Lucas Cherem, Jun Takemoto e Marcos Pires)todos os outros só jogam virtualmente, se você comparar a lista de jogadores do Ranting Oficial da Federação Brasileira de Othello, ainda sentirá uma discrepância enorme, um abismo que separa os jogadores virtuais dos jogadores do mundo real, infelizmente pelo motivo de muitos jogadores somente poderem jogar virtualmente, eles não conseguem oficializar seu nível junto a FBO, ou seja, são invisíveis perante a organização, não existem para ela e o mundo, a não ser virtualmente (não estou aqui dizendo que sejam obrigado a isso, ou que até mesmo queiram isso de fato, pois jogar tem significados diferentes entre as pessoas, alguns não trocariam o conforto de seu smartphone por nada nesse mundo, e é um direito deles, mesmo que eu pense diferente) e nem sempre quem joga no tabuleiro tem tempo ou companhia para poder jogar, já o jogador de Internet sempre tem adversários, o que no final resulta com jogadores masters virtuais (treinados pelo excesso de partidas jogadas) e jogadores do mundo real (sem muitos adversários, sem muito treino, sem tantas habilidades) ou seja, o ranting de qualquer federação ou associação no mundo, terá esse mesmo problema, o problema da lista de ranting não representar a realidade. Enfim, essa é a lista, hoje dia 28 de Fevereiro de 2017, atualizando a lista de 28 de Fevereiro de 2011, o que mudou? Confira e tire suas conclusões.


Melhores Jogadores de Othello/Reversi, Lista de 28 de Fevereiro de 2017
A Letra "F" representa os jogadores cadastrados preferencialmente no Flyordie, e a letra "P" no PlayOk.

1 – Dennis Medeiros                       (johnnyherbert – P)
2 – Adrian                                         (buyo – P)
 Jun Takemoto                              (hattori – P)
4 – Anuar Haddad “Salim”             (StepMan – F)
5 – Lucas Cherem                            (carlbarks2003 – P)
6 –  Guilherme Chyodetto “Satto”  (REVERSIIMASTER – F)
7 – Robson “Robão”                        (robão – F)
8 – Rose Matsumoto                       (Rose – F)
9 – Ricardo Brandão                      (BUJUVALO – F)
10 - Denis Ribeiro                             (Fora Dilma – F)
11 – Marcos Pires “K-Marão”         (reversisp – P)
12 – Vitor Cid                                     (lordvitor3 – P)
13 – Pedro Jorge                               (Le Magnific - F)

14 – Peter Buchan                            (bossa0nova – P)
15 – Rubens Pereira                         (captainsnake – P)
16 - Paulo Farina                              (grandep1 – P)
17 – Jefferson                                   (Jeffersontmc – F)
18 – Carlos Roberto                         (745i – F)
19 – Adegar Alves                            (admiib – P)

20 - Henrique Oliveira                     (henrique1 - F)

Adendo Especial

Alguns jogadores que marcaram dentro da minha trajetória não aparecem na lista, mas gostaria de deixar algumas referências aqui para vocês.

Lembro que quando eu estava aprendendo a jogar, não em 2004, mas lá para 2007 que eu tinha me cadastrado no Flyordie a menos de um ano, eu tinha um terrível adversário! O nome desse cara era Wagner, e eu, um novato que mal sabia alguma coisa do jogo, dentro da minha concepção, ele jogava demais. Ele não era do Reversi, ele era do Xadrez, e por isso ele tinha bastante visão de posicionamento do qual eu não tinha, nossa... como era difícil jogar com esse cara... Partidas travadas, cheio de cunhas (uma ou mais peças suas isoladas entre peças adversárias nas bordas) cheio de indecisão, um monte de medo de ter que entregar o canto (perder o canto naquela época era sinônimo de derrota dentro de minhas limitações), mas como era bom jogar com esse cara, ah era. Ele sempre vinha com uma torcida a favor dele, uma tal de Andreia que era sua namorada, eu com meu orgulhoso nick com escudo azul, vs o enxadrista de escudo verde provavelmente, era um jogão! E ele não gostava de perder perto da namorada, o que me ferrava mais ainda, pois era ainda mais difícil derrotá-lo, no final ficava meio que empatado nas vitórias ou empates para cada um, não me lembro mais. Infelizmente esse cara sumiu, é uma pena. Hoje ele teria bem mais dificuldade de me derrotar, eu garanto. (risos)

Outro jogador que eu me lembro bem, não era do mundo virtual, mas sim do âmago da minha própria família, no caso um antigo cunhado meu, que vivia a disputar o antigo celular do meu pai comigo, quando não era eu que estava jogando Othello no ancião celular da LG de 2004, era ele. Haja bateria! Ele era viciado mesmo em Reversi, jogava muito ali sozinho contra o próprio celular, ele deveria estar descobrindo as nuances do jogo igual a mim e na mesma época, mas, ironicamente eu nunca joguei contra ele na minha vida, sei lá o porque, afinal oportunidade não faltavam. Mas com o tempo infelizmente as coisas mudaram, e perdemos o contato com ele, era um cara legal, quem sabe um dia retorne e possamos jogar a partida tão esperada? Fica ai dica.



Ah, essa eu não poderia deixar de citar aqui, pois faz tempo que eu a conheço e jogo com ela, já jogamos em vários sites, olha um pouco da lista ai: Flyordie, PlayOk, Ludoteka, Game Twist, Buho 21, Our, Game Desire, em Smartphones e tabuleiros pessoalmente e por ai vai, eu a conheci em um outro jogo quando num lindo dia de sábado eu estava navegando na Internet, foi lá no jogo Gomoku dentro do Flyordie mesmo, ela que também não era de lá, (era do Conexão 4) me chamou a atenção, e ai estamos. Devo ter jogado umas 300 partidas ou mais com ela, ganhei e perdi um monte, mas a ensinei bastante, e num dia muito especial de 2014, ela resolveu participar do Torneio do Flyordie, e né que ela ganhou?! Pois bem, essa é minha linda aluna, Jacqueline Batista. Exímia jogadora viu, fica esperto não pá vê. (risos)


Bom pessoal, vou ficando por aqui, espero que tenham curtido a lista e o meu adendo.

É isso ai, e te a próxima.

Valeu!

Ah, e não entenderam a alusão que fiz na imagem de capa da postagem do time do Real Madrid da Espanha com  Ronaldo, Beckham e Zidane? Afinal, a lista é de brasileiros, não de espanhóis (Tá, eu sei que o Ronaldo é brasileiro e Beckham e Zidane não são espanhóis)... Mas explico, caso você não saiba nada sobre futebol ou seja muito novo para ter conhecido esse time, esse era o Time das Estrelas, igualzinho a lista que fiz. :)

Abraços


Link da postagem antiga, de 28 de Fevereiro de 2011

http://othelloclassic.blogspot.com.br/2011/02/especial-afinal-quem-sao-os-melhores.html

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Reversi, Entre Especialistas e Especiais



Olá pessoal, tudo bem com vocês?

Na minha postagem sobre a disseminação do jogo Reversi, que fiz em dezembro de 2015 eu propus a iniciativa de marketing agressivo, que na verdade já era algo praticado em todas as prefeituras do Brasil que divulgam esportes, mas eu sabia que se a coisa toda teria que fluir, seria dessa forma e não de outra, como por exemplo, a proposta de patrocínio empresarial que seria magnífica porém, pela falta de interesse de empresas que trabalham com jogos de tabuleiro ficaria inviável conseguir algum tipo de incentivo. Pois bem, ao menos com as prefeituras de Nova Odessa e toda a região, o negócio todo vingou e foi um sucesso. Então, qual a próxima etapa? Obviamente se alastrar para todo o país; já se tem uma ideia de um divulgador em Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro, que seria o Alamir Jr. e quem sabe até mesmo no nordeste, com Martinho Santos, lá em Penedo no Estado de Alagoas, e com o tempo teremos outros Estados participando de toda essa empreitada, isso tudo virá naturalmente, desde que haja paixão na divulgação.

Quando em abril de 2009 eu resolvi criar esse blog, meu intuito inicial era justamente querer tirar as pessoas aqui no Brasil dessa inércia desinformativa, onde permeava a ideia do Reversi online, e apenas esse sentido era interpretado por todos que jogavam o jogo, o cenário imaginativo era limitado, estreito e com poucas influências, então resolvi fazer minha parte e mostrar a todos que também havia um mundo real onde as pessoas poderiam jogar, sociabilizar e aprender mais sobre o jogo, havia um mundo de tabuleiros e pessoas reais. Mas sinceramente quando resolvi fazer trocentas postagens sobre um só assunto, o fiz por prazer e por hobby, e durante muito tempo nem sequer haviam comentários nos meus posts, e eu não ligava ao ponto de querer parar, o motor da minha construção era somente o amor que eu tinha ao jogo, e a minha vontade inerente de ensinar. Tão somente isso já era necessário.

Eu me sinto gratificado quando vira e mexe aparece alguém fazendo perguntas ou simplesmente usando alguma postagem minha para fazer algum tipo de trabalho escolar, (sim, a galera de TI gosta das minhas postagens sobre Inteligência Artificial aplicada a construção de programas de Reversi, mesmo que eu seja um completo leigo no assunto) isso pessoalmente já é um prêmio que eu aprecio muito, e como eu disse antes, faço por amor e hobby e isso já basta. Mas talvez alguém pergunte: E se você ganhasse financeiramente pelo seu trabalho no blog, você gostaria? A resposta para isso obviamente que é sim, e inclusive já até pensei nisso, mas como esse tema (Othello/Reversi) não é um tema que atrairia muita gente e, eu não gostaria de transformar o meu ritmo de postagens em uma programática, eu nem precisei de mais de 2 minutos para descartar a ideia, prefiro do jeito que está agora mesmo, gratuito e livre.

Bom, então com o surgimento do facebook com  força total aqui no Brasil, eu deixei um pouco o blog de lado e me dediquei a postar informações nos grupos do Face., era mais prático e a informação chegava a mais gente, e foi assim durante um bom tempo, até que esfriou também, vi que nem todo mundo que estava no grupo realmente participava do mesmo (Por que “participar” de um grupo onde ficam até oito meses sem ver publicações? #desinteresse) Então resolvi parar a divulgação em alguns desses grupos, me foquei no Whatsapp (droga) e eu sinceramente não imaginava que grupos de Whats poderiam ser tão fúteis para qualquer coisa que você pense, de inicio até que todos interagem bem, depois vira baderna e fogem completamente ao assunto, por isso já sai de uns dois grupos e desativei uns dois meus também, pois bem... A saga continua. Até mesmo antes do Whatsapp, eu já havia começado a fazer vídeos para o Youtube, isso lá para outubro de 2014, e o canal está lá até hoje com seus 50 vídeos! Ensinei estratégias e seus nomes, divulguei campeonatos e os expliquei, divulguei livros e até fiz três vídeos dedicados a analises de estratégias do livro de Brian Rose, e tudo isso por amor ao jogo, e de verdade, fiz porque gosto e ponto final.
Tive que escrever toda essa “bíblia” para deixar bem claro o meu posicionamento referente ao assunto, nunca ganhei dinheiro par fazer qualquer tipo de divulgação, e sinceramente não preciso, mas... Lembram daquela perguntinha lá em cima? Pois é, vou reformular ela a um contexto geral, lá vai: Você gostaria de ganhar pelo seu “trabalho”, gostaria de trabalhar com isso e viver disso? Sim, eu gostaria. Quem não gostaria de trabalhar com o que gosta? Para quem tem algum tipo de dificuldade de abstração ou até mesmo porque eu não esteja sendo claro exatamente, explico. Muita molecada, talvez não mais nos dias de hoje, mas na minha época era normal em qualquer lugar que você fosse, ver crianças e adolescentes jogando bola na rua, bola de plasticão mesmo, bola de capotão, ou bola de meia, com certeza alguns deles devem até mesmo ter tentado entrar numa escolinha, ou tentado a sorte de treinar num clube grande, passando por todos os tipos de peneiras que existiam, e com certeza somente um séquito conseguiu isso, uma quantidade pífia que em porcentagens deveria e é cerca de uns 5% dos que tentam e tentaram, mas aos que não conseguiram passar no teste, você acha mesmo que eles deixaram de gostar de jogar futebol? É claro que não! Eles gostam ainda, e muitos viraram os tais “tiozinhos das peladas de final de semana” que com certeza terá alguns exemplares ai perto de você nesse exato momento. Esportes tradicionais como Futebol, Vôlei, Basquete e Handebol por exemplo, têm boas estruturas, e consequentemente federações, e confederações que lhe representam e pagam os atletas devido ao incentivo massivo do governo e patrocínio empresarial. Mas os atletas jogam somente por dinheiro? Você realmente acha isso? Quiçá hajam mercenários no meio, aqueles que realmente jogam por dinheiro e nada mais, ainda assim a maioria esmagadora dos jogadores de qualquer esporte o fazem por paixão, que claramente por acabar se tornando o seu ganha pão, vêm com todos os probleminhas encaixotados que tem em qualquer profissão que você queira traçar, mas que mesmo assim, ainda deve ser o sonho realizado desses jogadores, pois todos trabalham com o que gostam de fazer. Lembro de uma entrevista do Oscar Schmidt, onde ele disse certa vez que se sentia gratificado, (não exatamente essa palavra) por poder fazer o que gosta e ainda ser pago por isso. O que o veterano jogador de Basquete disse, acaba por representar quase todos os esportistas do mundo em qualquer modalidade em que você possa imaginar, (também representa alguns empresários que trabalham com aquilo que gostam e etc.)  e não seria diferente para jogadores de jogos de tabuleiro também.

Qual é o jogo de tabuleiro mais famoso ao menos aqui no ocidente?

Sim, é o Xadrez. Eu gosto de usar esse jogo como exemplo de quase tudo, por ser um jogo bem sucedido em todos os quesitos que se possa imaginar, comércio, mídia, livros, artistas, filmes, desenhos animados, divulgação científica, guerra fria e em tudo mais que você possa imaginar esse jogo já botou “os pés”, então é mister falar que se tem um esporte intelectual onde existem jogadores assalariados, esse esporte seria o ápice, mas mesmo assim está longe de ter um salário justo a profissão, eu tinha lido uma entrevista com o Rafael Leitão (na época pentacampeão brasileiro, hoje é heptacampeão brasileiro de Xadrez) e reli novamente hoje, onde ele disse que o sonho de viver apenas do Xadrez aqui no Brasil era algo longe de ser alcançado pela falta de apoio do governo, no caso dele ele vivia de aulas e viagens a competições fora do Brasil, tão somente assim ele poderia alcançar alguma coisa justa, um salário justo. Então daí já temos uma breve ideia de que se é assim com o Xadrez, que não duvido estar diferente nos dias de hoje, imagina com os outros jogos? Isso tudo talvez se deva ao fato do lance de “economia”  adotada por diversas prefeituras. Em uma pesquisa recente sobre professores de Xadrez, me deparei com o pronunciamento de Luiz Antônio Leite, presidente do Clube de Xadrez de Belo Horizonte, referente a falta de apoio da prefeitura de sua cidade, onde ele disse que o problema de quem conhece o jogo, sabe jogar e ensinar o jogo de verdade é que as prefeituras em geral preferem dar o título de professor de Xadrez a quem já está na lista de pagamentos da mesma, como por exemplo um professor de matemática. Então quem acaba dando aula de Xadrez não é o cara que entende do jogo, e sim alguém que não tem intimidade alguma com o mesmo. Como disse Luiz Antônio Leite: “ Saber jogar Xadrez, não é a mesma coisa de saber ensinar Xadrez” afirma. E isso também se aplicaria a qualquer jogo que você possa imaginar, e o jogo Reversi está nessa lista. Ainda nessa mesma reportagem ele disse que teve sim uma união entre o governo do Estado de Minas Gerais, e o Clube de Xadrez de Belo Horizonte, onde promoveram um curso de 250 horas/aula e cadastrou e capacitou alguns instrutores de Xadrez, mas como as escolas ligadas a prefeitura não exigem esse curso, o curso em si acaba por se tornar algo inútil.

Então em suma, temos aqui o entrave insípido, que é a questão do apoio incompleto das prefeituras. Entendo que ao menos no caso do jogo Reversi, sem elas as coisas por aqui não teriam chegado tão cedo aonde chegou,  porém essa barreira poderia ser quebrada, pois sabemos que é quase impossível apenas um professor, bom e especialista em apenas um jogo, conhecer com o mesmo afinco todos os jogos que ministra, o correto no meu modo de ver, seria primeiramente a valorização da secretaria de esportes, evitando qualquer corte em investimentos das mesmas e se investindo mais nelas, para que tivessem meios de trabalhar com conhecedores e especialistas dos jogos e esportes ensinados. E sim, assalariando por exemplo, um professor de Xadrez que seja verdadeiramente um especialista e estudioso do jogo, não o professor de Geografia que por acaso foi convocado a dar aulas de Xadrez como uma espécie de tapa buracos. Voltando ao assunto, como eu disse acima, faço o que faço por amor ao jogo, mas se eu pudesse ganhar para fazer o que eu gosto por que não aceitaria? E em relação ao jogo Reversi, existem alguns especialistas e gente com vontade de ensinar que também aceitariam o convite numa boa. Espero que futuramente haja uma união integral entre prefeituras e FBO, para que possamos realmente ensinar de verdade e formar campeões, que para “nascerem”, precisam primeiramente gostar de verdade do jogo, (leiam minha última postagem no blog, está logo abaixo dessa) e uma vez tendo ajuda especializada, tenderão a progredirem de maneira rápida, uma união integral entre as duas entidades, governamental e lúdica formará uma “sopa pré-biótica” que germinará em algo realmente sólido. O jogo Reversi, assim como todos os jogos, são suficientes por si só, todos os jogos podem ser usados como ferramentas para algo, como por exemplo: Estimulador de experimentação lúdica, para através de um jogo específico, a pessoas acabem se interessando por outros jogos, e por todo o mundo dos jogos de tabuleiro, ou até mesmo pode ser usado para testes clínicos como já li certa vez (Usaram o jogo Reversi em um teste “anedótico” de exame e funcionamento do cérebro de crianças com a Síndrome de Déficit de Atenção, constatando que o jogo melhora a memória de trabalho dos portadores desse transtorno) ou seja, o jogo pode até ser usado para outros fins, mas se você quiser fazer algo despertar na mente de uma criança ou adulto, referente o jogo Reversi, você tem que fazê-lo sentir a essência DESSE JOGO, não apenas o usando como ponte para algo, mas como parte fundamental de um todo, jogar Reversi é bom porque é incrível, não porque é o mais fácil. Com essa mentalidade, poderemos formar verdadeiros campeões de Othello no futuro, com a junção do querer aprender e do poder ensinar, teremos maiores progressos no aspecto qualificativo, e não somente no quantitativo.

Vou ficando por aqui, e até mais.

Alguns links:

Como vive o maior enxadrista do Brasil?

http://www.elhombre.com.br/como-vive-o-maior-enxadrista-do-brasil/

Professor de Xadrez Busca Profissionalização

http://www.otempo.com.br/capa/economia/professor-de-xadrez-busca-profissionaliza%C3%A7%C3%A3o-1.297392

sábado, 11 de fevereiro de 2017

E ai, como anda a sua técnica?



E ai, como anda a sua técnica?


Já tem um tempo em que venho observando a evolução de jogadores novatos e antigos, e por mais que a grande maioria evolua, não importando se pouco ou muito, um fato é percebido: Há evolução. Porém, tem aqueles que a palavra evolução parece desaparecer gradualmente com o tempo, até não restar absolutamente nada. E é sobre estes que eu vou discorrer aqui nessa postagem, que não tem o intuito de depreciar os talentos ou a falta de tato para algum jogo específico de ninguém, mas sim, questionar se tais jogadores estão verdadeiramente “jogando” ou apenas clicando o mouse do computador, essa postagem indaga se alguns jogadores verdadeiramente gostam do jogo Reversi, e de toda a sua nuance estratégica ou se apenas não encontraram nada melhor como válvula de escape, algo para poder passar o tempo, e nada mais. Se você é um jogador que joga Reversi por jogar, e não tem interesse em aprender nada sobre o jogo, e que usa o jogo como um artifício elaborado de relaxamento, ok... É um direito seu, e ninguém tem nada a ver com isso; mas se você verdadeiramente gosta do jogo e tenta melhorar, e não consegue evoluir para um grau satisfatório, talvez essa postagem seja para você.

Como vocês já perceberam, irei me focar nos jogadores virtuais, por oferecerem maior alcance de análise, e de maior empírica. Mas antes de mais nada, vou começar falando de mim, e de como o processo de aprendizado emergiu aos poucos dentro de minha mente e de como ainda borbulha algo a cada dia. Eu conheci o jogo num celular antigo da LG, e curiosamente já o conheci com o nome patenteado Othello, coisa rara de se imaginar, pois até mesmo nos dias de hoje com toda a divulgação e emaranhado de apps para se baixar no Android e IOS, o nome mais utilizado é ainda “Reversi”, por mais que tenham alguns “Othello” os programadores preferem evitar problemas e usar o nome mais genérico, então foi algo hilário eu ter conhecido logo na primeira oportunidade o jogo com o nome mais comercializado. Pois bem, peguei o celular e na função 9, que era destinado a jogos, encontrei o único jogo que lá tinha, e com uma imagem personalizada que aparecia de um lápis vermelho (menino) e um lápis amarelo (menina), antes de começar a partida, eu não fazia ideia do que me esperava, e foi então que o jogo começou. Eu não lembro quanto tempo demorei a entender o que tinha que fazer, mas me lembro claramente que depois de jogar algumas, eu achei que o fundo da tela de jogo, onde uma das imagens que aparecia era justamente os Moinhos de Vento da Holanda, tinha algo a ver com o jogo, ideia que logo após se mostrou nonsense. Mas joguei, joguei e joguei, e cheguei à conclusão sozinho que o canto por algum motivo era importante, depois bolei estratégias para não perder o canto, e outras para tentar pegar o canto, coisa da qual fazia chiar o meu cérebro, lembro que comecei desafiando vizinhos a jogar comigo, e depois de um tempo quando vi que não evoluía e perdia costumeiramente para o celular, abandonei o jogo por uns 2 anos, e quando voltei já foi jogando no Flyordie, onde aprendi algumas técnicas, e toda hora eu ia lá na comunidade do Orkut “Othello/Reversi”, onde eu lia o que falavam sobre estratégia ou livros, além de sempre me encantar com o tabuleiro da Grow que usavam como imagem do grupo, isso tudo em 2006, 2007 e 2008, que foi quando eu imprimi toda a metade final do livro do Brian Rose e comecei a ler e a treinar, sozinho mais focado, além de estar sempre jogando, além de tentar imitar jogadas de programas, e foi assim que a coisa toda foi sendo absorvida por mim, e até hoje eu treino e jogo, e posso dizer que aprendi muito a jogar esse jogo, e ainda descubro nuances novas. Mas se engana quem acha que evolução está ligada somente em quantidade de partidas jogadas, leitura ou quantos vídeos sobre o jogo já assistiu, evolução tem um algo mais, ou... Alguns “algo a mais”, que é o ponto onde eu queria chegar.

Existe um jogador lá no Flyordie, que acredito usar dois nicks, tenho lá minhas dúvidas se são ou não a mesma pessoa, mas tendo a um grau confortável a dizer que sim, é a mesma pessoa. Então, para facilitar, desse ponto em diante, vou tratar os dois nicks como sendo oficiais a um só individuo, para não causar confusões. O jogador em pauta,  já jogou mais de 30 mil partidas com um nick e mais de 27 mil partidas com o outro nick!  O que daria mais de 57 mil partidas jogadas! Se você parar para pensar bem, é um número assustador. Porém, o nível do jogador em questão, que joga com um dos nicks desde 2006 é vergonhosamente irrisório, não há evolução alguma, além de ser uma personalidade ignara, que costuma falar palavrões na primeira oportunidade que tem; o que me leva a outra questão (não exatamente pelos palavrões, eu também falo às vezes), mas pela falta de sensibilidade com as coisas ao seu redor, que denota uma falta grave de faculdades intelectuais, que em outras palavras, é o que chamamos de “pessoa ignorante”, não há como falarmos, ao menos dentro da esfera intelectual,  que somos todos iguais, pois definitivamente, não somos. Por outro lado, há aqueles que buscam o conhecimento não exatamente jogando, mas apenas lendo e vendo vídeos sobre o lado teórico do jogo, esses eu posso chamar de pessoas inteligentes, mas estes têm ainda uma dificuldade imensurável de transportar o lado teórico para o prático, muitas vezes se perdem em conceitos que não são somente para serem falados, e sim sentidos durante o jogo, Reversi é um jogo que precisa ser sentido, você precisa ter o “timming”, ou você acabará explicando como o coração bombeia o sangue e os nomes de todas as artérias que o envolvem, quando alguém simplesmente lhe perguntar: “O que faço, estou com uma tristeza no ‘coração?’” Ou seja, você nunca entenderá a essência da coisa, e começará a enxergar e a papagaiar “tecniquês” pra lá e pra cá, sem saber colocar nada daquilo em prática, então logo concluo que não é somente esse o caminho.

Para jogar bem não basta apenas ler, ver vídeos e jogar mais de 60 mil partidas durante um longo tempo, pois existe um outro ingrediente dentro dessa história, que está intrinsecamente ligada com sua psique, não acho que seja algo que venha do lado consciente do cérebro, mas de um conjunto  que escapa a suas decisões racionais, que é o “gostar”, pois se eu pudesse escolher ser bom em um jogo, eu com certeza escolheria o Xadrez, mas eu não gosto assim tanto desse jogo, apesar de achar a história em sua volta fascinante, e ser algo realmente deslumbrante ver os grandes gênios enxadristas jogarem, mas não é a minha praia. Eu poderia escolher ser bom em Damas, mas eu nunca gostei de jogar Damas, nunca fui bom nisso, ou eu poderia escolher ser bom em Dominó, Pôker ou qualquer uma das modalidades do Baralhão (Seis! Seis!) a parte do número seis ai é o que eu ouvia quando via aqueles tiozinhos jogando por ai, não sei até hoje do que se trata, apesar de já terem me explicado há um tempo, esqueci. Mas não, eu não sei nada ou quase nada sobre esses jogos populares, mas eu queria gostar de jogar qualquer um desses, e ser bom, mas o jogo que eu gosto é o Reversi, e sendo popular ou não, lá estou eu jogando. Mas por que isso? Agora atente muito para o que eu vou escrever aqui, sabe por que eu jogo Reversi e treino Reversi e outro jogo não? Porque foi o jogo quem me escolheu, não fui eu que escolhi o jogo. Cada jogo tem suas características particulares, que atiçam algo em sua mente e o chama para a vontade de jogar ou não, quando você vê já está prezo ao jogo, e todo o mecanismo de recompensa disparada por estímulos em seu cérebro já fica acesa, então temos aqui um ingrediente importantíssimo para ser bom em qualquer jogo que você venha a jogar em sua vida, o “gostar” do jogo.

E como saber se você gosta ou não de um jogo?

Bom, quando você está jogando um determinado jogo sente alguma alteração de emoção intensa quando vence? Algo como desafio superado,  algo como mais uma etapa vencida e o sentimento de dever cumprido? Quando você vê, percebe que está a mais de uma hora jogando o mesmo jogo e fica chateado quando perde e hiper feliz quando vence? Você quer sempre saber mais sobre o jogo, seja sozinho ou lendo e vendo vídeos? (Essa última característica é um Non sequitur, ou seja, não necessariamente uma pessoa que goste muito do jogo, queira estudar algo sobre ele.) Se você tem todas ou somente algumas, mas bem vivenciadas dessas características comportamentais em relação a um jogo, é bem provável e falo com uma certa segurança, que você goste do jogo. Então uma vez que descobriste sua paixão lúdica, estará livre para o desenvolvimento natural, sem engodos ou necessidades de estímulos externos como muleta, somente absorverá o necessário para caminhar por conta própria, que é exatamente o que não acontece quando você descobre que joga determinado jogo tão somente por jogar, ou somente como método profissional ou ferramenta profissional. Nesses casos o desenvolvimento será tecido com muitos buracos na renda, com pouca destreza, e a uma velocidade pusilânime, até estacar.

O jogo e o prazer que sentimos o jogando nascem naturalmente, não decidimos exatamente gostar de algo, simplesmente gostamos e ponto final. Consequentemente o amadurecimento decorrente da prática também virá, e quando notar, estará jogando muito melhor do que estava um ano antes, ou dois anos antes e assim consecutivamente. Se realmente gosta do jogo Reversi, tenha calma e continue jogando e praticando que a técnica virá com o tempo naturalmente, mas se percebe que o jogo não se encaixa em suas preferências pessoais, e que você talvez jogue uma, duas ou nenhuma vez durante uma semana, jogando talvez umas 4 ou 5 vezes por mês, realmente você dificilmente será um bom jogador(a), e a não ser que realmente não tenha achado outro jogo melhor para jogar, ao menos entenda suas dificuldades de aprendizado no Reversi, e tente melhorar ou aceitar suas limitações. Que a propósito foi o que o jogador citado logo no início desse post, com suas mais de 57 mil partidas mal jogadas fez, aceitou que é incapaz de aprender a jogar, e rechaça com todas as forças qualquer dica que lhe dê sobre estratégia, lembro uma vez que o convidei para participar do nosso grupo no Facebook ou no Whatsapp, já não me lembro, e ele literalmente me respondeu com um belíssimo palavrão com a tecla Capslock apertada!  Oh céus... Realmente vejo que com algumas exceções, o nível de abstração racional de alguns jogadores de Reversi, é intrinsecamente ligado ao nível de empatia, educação e sociabilização do individuo (não quero aqui dizer que pessoas pouco comunicativas sejam fadadas ao fracasso nesse jogo, pois eu posso ser “caladão”, mas tenho empatia) Ao menos usando o site Flyordie como ferramenta empírica, noto que os melhores jogadores brasileiros (isso também se aplica aos estrangeiros e com as mesmas exceções, com ressalva aos programeiros, que têm uma alta pontuação e baixa empatia, pois são trapaceiros) que ali estiveram desde 2006, eram de alguma forma simpáticos, e/ou comunicativos, e a grande maioria tinham empatia e educação com os pares, em contrapartida, os piores jogadores brasileiros eram (e são) invariavelmente mal educados, falastrões e ofendem de maneira gratuita qualquer um que se aproximavam e se aproximam deles, sem falar dos que nunca respondem absolutamente nada, os que são totalmente indiferentes aos demais. Mas  atenção ao que eu vou dizer: Estou me referindo a jogadores que já entraram no automático, que jogam por jogar e são viciados em virar as bolinhas brancas em pretas e vice e versa, NÃO ME REFIRO a quem está aprendendo ou tentando aprender esse jogo há pouco tempo, um ou dois anos, e que ainda não descobriu se esse jogo é ou não a sua praia, NESSES casos os jogadores podem não jogar bem ainda, e mesmo assim serem pessoas agradabilíssimas e com um nível de educação do qual eu pessoalmente demorarei muito ainda a atingir, essas pessoas que estão aprendendo agora, dos quais eu pude conhecer, quase 100% são pessoas do qual eu tenho um bom apreço e respeito. O que é bem diferente aos jogadores com 8, 9, 10 anos ou mais de “prática” e que não aprendeu nada ainda, por alguma barreira cognitiva, que é a que eu noto quando vejo uma lista infindável de brasileiros (e portugueses) que pude analisar.

É isso pessoal, eu vou ficando por aqui, e faça essa pergunta a si mesmo: “Eu gosto mesmo de jogar Reversi, ou é apenas um passa-tempo qualquer que eu jogo?” Se sua resposta for sim, eu gosto de jogar Reversi, fique calmo(a) que a técnica irá vir com o tempo, mas se não, você não gosta tanto assim de jogar Reversi, a sua técnica poderá até vir um dia, mas isso poderá demorar muito tempo.

Obrigado e abraços a todos.

Até