domingo, 27 de agosto de 2017

O Jogo Reversi no Tratamento à TDAH



“ (...) Uma mulher escreve algo na lousa, aquele giz escorregando em silhuetas circulares formam palavras... “Escrevam as tabuadas do sete e do oito, para entregar no final da aula”. Que chato penso, mas deixa eu ver aqui... Abro o caderno, folheio até a matéria de matemática, procuro a primeira folha em branco e começo a multipli... Lá fora o dia está tão legal, talvez eu pegue minha bicicleta para dar umas voltinhas lá na rua à frente da rua de casa, será que a mãe do Bruno deixará ele sair para brincar na rua hoje? Caramba, os pés das cadeiras estão enferrujando, e a professora não para de batucar aquela caneta na mesa... Acho que domingo vou ao Shopping, e... tá, sete vezes um é sete mesmo, barulheira esquisita lá fora, acho que a turma da quinta B está de aula vaga, será que a Ismênia não veio hoje? Acho  que não temos aula dela hoje, ou é amanhã? Humm,  sete vezes dois é quatorze, vezes três vinte e um... Caramba! Olha o tamanho do pipa mandado, acho que vai cair lá no pátio... ”

Essa história ilustrativa acima, foi apenas um simples esboço que teve o intuito de mostrar bem toscamente o que pode se passar pela cabeça de uma criança com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) doença essa que teve um aumento de diagnóstico nos últimos anos e, que afeta um a cada vinte jovens em todo o mundo, principalmente crianças e adolescentes e que será tema hoje desse blog devido a trabalhos feitos por psicopedagogos, onde os mesmos utilizam jogos como ferramenta lúdica na elaboração de estratégias para aprimoramento e desenvolvimento cerebral de crianças que sofram com o transtorno, uma vez que jogos de uma forma geral, ajudam qualquer tipo de pessoa, (desde que não tenham algum comprometimento cerebral mais severo, devido a outro tipo de doença) no desenvolvimento da intuição, criatividade, memória, atenção e por que não, de estruturas que levam a uma elevação da cognição, da inteligência como um todo. E, adivinhem só, o nosso queridíssimo jogo, o Reversi, é utilizado nesse processo e, portanto não poderíamos deixar esse tema de fora desse blog, já que o maior foco aqui é a divulgação e a elucubrações de ideias e, tendo em mãos uma ideia tão boa quanto essa, o mínimo que posso fazer é mostrar aqui para vocês que esse jogo pode, mais uma vez, não ser algo apenas para jogar na tela do seu computador, notebook ou Smartphone e, que pode estar salvando crianças e adolescentes (posteriores adultos com problemas) do isolamento social, acadêmico e de toda a gama de preconceito que esse assunto aborda.

Eu conheço de Reversi, mas não sou perito no que a ciência diz sobre esse transtorno mental, então nada melhor do que perguntar para quem sabe e trabalha com e sobre o assunto e, que inclusive é uma das psicopedagogas que utilizam o jogo Reversi no tratamento desses jovens, então, eu converso aqui com a Psicopedagoga Andreia M. Oliveira, que é professora e pedagoga, trabalha como coordenadora em escola infantil e, tem Pós-graduação em Psicopegadogia Clínica e Institucional, atualmente trabalha no consultório como clínica; ela também atua como docente na Universidade Central Paulista UNICEP em São Carlos há oito anos dentro do mesmo âmbito profissional. Ela nos falará o que tem sido feito nos últimos anos aqui no Brasil no diagnóstico e tratamento do transtorno e, como a sociedade como um todo vê e entende o assunto, bem como, quais são os processos estruturais e cognitivos que abarcam crianças e adolescentes que adotam um jogo de tabuleiro como estímulo e ferramenta de tratamento.

Obviamente que sei da seriedade e complexidade que todo esse assunto demanda e, de todos os debates acalorados entre acadêmicos na tentativa de padronizar, diagnosticar e entender o que é a até então pouco conhecida, TDAH. Contudo e, justamente por isso essa postagem terá apenas o intuito de mostrar um viés no entendimento do transtorno, e o que está sendo feito no tratamento aplicado sob a ótica de jogos de tabuleiros, estímulos que têm ajudado jovens a domesticarem o próprio problema, então, sem mais delongas, eu passo a palavra para a Psicopedagoga Andreia.

OC – Prof. Andreia, o que seria exatamente o Déficit de Atenção com Hiperatividade e como são feitos os diagnósticos e tratamentos da doença?

Psicopedagoga Andreia: Primeiramente Fabrício é um enorme prazer em atender um pedido seu, para falarmos um pouquinho sobre problemas de aprendizagem. O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é uma síndrome caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade causando prejuízos a si mesmo e aos outros, em determinados ambientes nos quais a criança ou adolescente estão inseridos. O mais comum seria na escola.  Os diagnósticos são realizados geralmente em um sistema MULTIDISCILPLINAR onde entra vários tipos de profissionais para fecharem o diagnóstico certeiro. Por exemplo, o professor da sala de aula fazendo as primeiras queixas, posteriormente nossa conduta como psicopedagoga investigar e avaliar juntamente com o neuropediatra, o psicólogo ou Fono. Após serem realizados todos os testes e as avaliações necessárias, dai sim fazemos uma visita na escola para relatar os procedimentos de avaliação e da rotina da criança para que possa ser realizado um trabalho em conjunto. Os tratamentos são vários: No trato severo existem no mercado alguns tipos de psicoestimulantes no caso a anfetamina conhecida como metilfenidato que atuam diretamente sobre o neurotransmissor dopamina, por isto seus efeitos de maior energia, euforia, concentração, redução do sono, apetite e cansaço são inibidos e diminuídos severamente. Em outros tratamentos sem medicação podem ser realizadas intervenções com atividades lúdicas e praticas para que as crianças e adolescentes possam treinar e interagir alguns conceitos importantes como: Atenção, foco, concentração, memorização,raciocínio lógico e outros.

OC – Existem doenças que podem facilmente serem confundidas com o TDAH, mas que têm características diferentes?

Psicopedagoga Andreia: Sim, podem sim ter semelhanças ou ate mesmo estarem juntas ao diagnóstico da hiperatividade. As mais comuns são as comorbidades da Discalculia, Dislexia, o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), e outras causadas também pela falta de atenção, concentração, agitação, ansiedade e impulsividade etc.

OC – Quando e como começou a trabalhar com jogos com as crianças e adolescentes e quais foram os resultados?

Psicopedagoga Andreia: Fabrício, assim que me formei em Psicopedagogia já iniciei meu trabalho em clinica, portanto a partir do diagnóstico fechado como foi dito, dou inicio aos atendimentos com intervenções lúdicas com jogos e brincadeiras sempre relacionadas ao desenvolvimento cognitivo da criança/ adolescente. Sendo assim com o uso de jogos de regras, tabuleiros e raciocínio lógico matemático esses alunos passam a ter capacidades diferenciadas de estratégia e calculo mental, começam a ter maior nível de concentração e foco nas atividades propostas pela escola. Percebe-se também em geral em todas as crianças e adolescentes um aumento considerável da autoestima. Isso para o nosso trabalho não tem preço e também perceber a melhora em casa, assim vemos pelos relatos dos pais ou familiares.

OC – Levando em consideração que o TDAH é uma doença genética que modifica a anatomia cerebral, (pacientes têm um córtex pré-frontal diminuído, por exemplo) bem como suas reações bioquímicas, como e de que forma um jogo de tabuleiro poderia atuar num processo adaptativo inferindo uma melhoria observável no âmbito clínico?

Psicopedagoga Andreia: O jogo pode interferir sim na conduta cognitiva, psicossocial, moral e muitas vezes psicológica da criança/adolescente com o transtorno. No caso ajuda na atenção, na capacidade que o indivíduo possui de auto estimular-se, planejar-se, traçando objetivos e metas; auxilia no controle dos impulsos, no controle das emoções, na memória que depende também da atenção.

OC - Sabemos que o mundo mudou e está sempre em mudança, o que antes era apenas uma característica humana que não fornecia tantos empecilhos, como a agitação e a falta de atenção, hoje em dia em um mundo mais “assentado” com criações sociais como as escolas, onde as crianças realmente necessitam preencher uma grade curricular para ir adiante dentro desse sistema, esse detalhe cerebral começou a se desnudar e emergir junto a percepção de educadores, psicólogos e toda uma miríade de especialistas na área neurológica, o que levanta outras questões como adaptabilidade natural ao mundo moderno, já que existem áreas de atuação tanto na vida profissional quanto social, que a “atenção” não é exatamente a coisa mais exigida e, o desprendimento e o “desfocar” e pensar “fora da caixa” sejam o caminho mais inovador para determinados seres humanos. Em contrapartida a isso, crianças diagnosticadas com TDAH sofrem mais acidentes domésticos do que crianças sem o transtorno, o que nos empurra obviamente para uma métrica, como medir a dimensão do transtorno, somado ao ambiente social do individuo que porta essa característica mental?

Psicopedagoga Andreia: Fabrício nem sempre isso acontece, há sim um numero diferenciado de acidentes domésticos ou tipos de problemas causados pelo transtorno da Hiperatividade causado pela agitação e impulsividade das crianças e a falta de atenção, não somente na escola, mas no cotidiano em si. Ocorre que dependemos muito da questão do âmbito familiar ao qual essa criança/ adolescente esta inserido, temos famílias que ficam muito ligadas ao processo de adaptação das crianças, fazendo com que muitos dos problemas ou perigos sejam amenizados. Já em outros casos sentimos uma falta de segurança e lapso por conta de pais ou cuidadores que não ficam de “olho na criança”...assim podendo ser considerado um risco para o mesmo.

Pesquisas com tribos coletoras no Quênia, no caso a Ariaal, mostrou que indivíduos com maior frequência de genes ligados ao transtorno (lembrando que o indicie de pessoas com TDAH é o mesmo em todos os países do mundo, o que desbanca isso como sendo um fenômeno meramente social) tinham um melhor desempenho em caçar do que indivíduos sem os genes de ligação, uma vez que pela falta de dopamina no cérebro desses indivíduos (hormônio ligado ao bem-estar e que por falha estrutural sináptica é deficitária em pessoas com TDAH os deixando entediados facilmente) os deixavam pouco satisfeitos e, tinham um comportamento mais “agitado” que os faziam sempre caçar e caçar mais, para que pudessem se sentirem saciados, coisa da qual caçadores sem a doença e, portando com dose normal de dopamina no cérebro, se contentavam com uma ou duas caças por exemplo. Isso mostra que muito provavelmente essa é uma das condições humanas e, que por ser útil no passado, foi evolutivamente passada adiante, mas que no mundo moderno acabou por se tornar conflitante e um grande problema a ser tratado, já que deixamos de ser nômades e silvícolas desde muito tempo.

OC – Prof. Andreia, você acredita que em todos os casos a TDAH pode ser um problema se não tratado, mesmo em casos onde a doença se apresenta de forma leve ou não existe métrica no diagnóstico?

Psicopedagoga Andreia: Sim, o TDAH é um transtorno que causa sérios danos para o individuo se não for tratado bem cedo. Logo que os pais ou responsáveis pela criança ou ate mesmo se já estiver na idade da adolescência perceberem, ainda é possível fazer o diagnóstico preciso e rapidamente entrar com a intervenção para que o problema possa ser amenizado. Muitas vezes em pouco tempo de tratamento conseguimos atingir níveis de aprendizagem ou ate mesmo comportamental muito positivos. Portanto quanto mais rápido esses pais e responsáveis procurarem ajuda, mais cedo esses indivíduos terão cuidados especializados e necessários.

OC  - E sobre pessoas adultas que afirmam serem portadoras de TDAH, mas que recusam algum tipo de tratamento por dizerem que é justamente o transtorno que os fazem ser mais criativos e bem-sucedidos profissionalmente, uma vez que souberam escolher uma profissão onde a doença não fosse mais uma desvantagem, e sim uma vantagem profissional?

Psicopedagoga Andreia: Para falarmos sobre as pessoas adultas com o transtorno de Hiperatividade, onde por algum motivo não houve nenhuma intervenção quando criança, podemos sim identificá-las como, por exemplo: pessoas com um ou mais empregos, porem trocam sempre de ramo, pessoas que se sobressaem no emprego justamente por terem mais visão, maiores capacidades de destaque, ficam ate depois do horário, não se importam com a quantidade de coisas para fazer, claro que muitas são as dificuldades por ter a hiperatividade, ficam mais cansadas que as outras, passam por estresse, cansaço tanto físico ou emocional etc.

OC – Pessoas com TDAH, como dito acima, têm um córtex frontal diminuído, exercer alguma atividade lúdica muda algo anatômico no cérebro além de ampliação sináptica?

Psicopedagoga Andreia: Ate o momento as pesquisas mais recentes nos mostram que podemos atingir sim, com atividades neurosensoriais, psicomotoras e psicopedagógicas, com o lúdico os sinais e ativação do cérebro. Pois somente se desenvolve em função destas interações, com MUITA estimulação que recebe e das aprendizagens que delas decorrem. Podemos dizer, sem sobra de dúvida, que o cérebro se reconstrói literalmente ao longo da vida, e isso se chama neuroplasticidade.

OC – O único remédio para o transtorno é a Ritalina, correto? Em quais casos ela é recomendada? Em sua opinião como profissional da área, o que ajuda mais no tratamento, remédios ou atividade lúdica? Ou ambos administrados em parceria é o caminho correto para um tratamento mais eficaz?

Psicopedagoga Andreia: Olha Fabrício, no mercado nos já temos alguns medicamentos novos que também auxiliam no tratamento da Hiperatividade (TDAH) além da Ritalina, na minha opinião, fico com a mais provável alternativa que e o trabalho MULTIDISCIPLINAR onde o neuropediatra fica com essa questão de ministrar ou não a medicação necessária e os demais profissionais da educação a questão tanto psicológica, pedagógica, linguística, fonoaudiologica e comportamental. Fazendo um trabalho integrado e muito serio, com certeza teremos uma eficácia e melhora no bem estar dessa criança ou adolescente em tratamento.

OC – Como você descobriu o jogo Reversi e por que esse foi um dos jogos escolhidos por você para o tratamento da TDAH?

Psicopedagoga Andreia: Na verdade tive o privilegio de ter uma Dra Mestre e professora excelente no curso de pós graduação Dra Lia Zaia da UNICAMP – já tive consultoria em Campinas com ela também, onde nos mostrou o jogo e suas diversas formas de aprendizagem, as características positivas do jogo para trabalharmos na clinica na intervenção de crianças e jovens com Déficit de aprendizagem.

OC – Andreia, nos fale um pouco mais sobre o nosso queridíssimo jogo Reversi, o que a garotada acha do jogo e como têm-se mostrado os avanços no trato da doença com a frequência de partidas e aplicação desse jogo específico?

Psicopedagoga Andreia: Trabalho com o jogo Reversi na maioria das vezes para atenção e concentração, memorização e antecipação de jogadas. Para as crianças e emocionante vê-las felizes quando suas oportunidades de jogadas viram o jogo fazendo com que vençam. Trabalho também a forma lúdica para verificar todas as oportunidades de jogadas antes que possam finalizar, a atenção e concentração e estimulada a cada partida. O ganho se da em sala de aula quando e possível ver que as crianças ficam mais concentradas no que estão fazendo, tanto no caderno quanto nas atividades praticas, (isso são relatos de professoras de sala).

OC – Agora uma questão mais descontraída - Dizem que pessoas com TDAH são geralmente pessoas mais criativas que as não portadoras do transtorno, teremos ai o surgimento de um novo campeão/campeã  no Othello/Reversi? 

Psicopedagoga Andreia: Sim, claro qualquer criança que possa ser estimulada ao jogo, formulando as normas e constituindo as regras, treinando e atingindo nosso objetivo, teremos sim muitos campeões, nesse jogo tão importante e benéfico, rico em aprendizado que e o Jogo Reversi.

OC – Moisés Correia, que é Presidente da Federação Brasileira de Othello conversou com você sobre a possibilidade de doação de tabuleiros de Reversi, que a federação pretende fazer a sua clínica, isso com certeza poderá dar um update no incentivo ao tratamento, concorda?

Psicopedagoga Andreia: Sim, fico muito feliz de estar contribuindo com essa rica oportunidade de falar um pouco sobre como o Jogo Reversi é importante na clinica de Psicopedagogia para as intervenções lúdicas nos transtornos e problemas de aprendizagem.

OC – Pretende ir adiante e incentivar alguns de seus alunos/pacientes (como me refiro aqui?) a se aplicar ao jogo e a participar dos campeonatos oficiais da FBO?

Psicopedagoga Andreia: Sim posso estar treinando com eles e na medida do possível indicá-los para participar dos jogos da federação juntamente com vocês. Será um prazer!

OC – Agora eu deixo esse espaço livre a você, o que você gostaria de dizer aos pais que desconfiam que os filhos sofram de TDAH? E as escolas em geral e governo, há algum recado?

Psicopedagoga Andreia: Na verdade muitas vezes a procura pelo tratamento vem um pouco tarde quando a criança/ adolescente já esta passando por muitas dificuldades na escola. Então fica um comunicado importante aos pais que começam a perceber que seus filhos possam estar passando por vários tipos de dificuldades tanto em casa como na escola tipo:
•           Não segue instruções até o final e não termina as atividades;
•           Não consegue prestar atenção a detalhes e comete erros por descuido;
•           Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado;
•           Responde as perguntas de forma precipitada antes de terem sido terminadas;
•           Tem dificuldade em esperar sua vez;
•           Mexe com as mãos ou os pés e se remexe na cadeira (porem não para sentado no lugar)
•           Problemas de organização e disciplina;
•           Ansiedade;
•           É lento ao fazer seus deveres; porem não consegue fazer sozinho;
•           Frustra-se facilmente;
•           Tem grande imaginação e criatividade (ainda apresenta fantasia, não coordena o imaginário com o real, apresenta egocentrismo).
•           Demasiada inquietude;
Esses são alguns dos fatores que aparecem com muita frequência no Transtorno da Hiperatividade porem quando prestado atenção e já iniciar o diagnóstico e possível tratamento adequado pode-se dizer que se reduz em 50% na maioria das vezes os casos clínicos de maior dificuldade, com benefícios surpreendentes para a criança e adolescente.


Obrigado Andreia, pela excelente entrevista.

The New York Time - Sunday Review – TDAH – Ariaal Tribo do Quênia:

https://www.nytimes.com/2014/11/02/opinion/sunday/a-natural-fix-for-adhd.html