domingo, 15 de março de 2020

Jogadores Brasileiros de Reversi, de 2004 a 2020





Olá a todos, resolvi fazer uma lista com todos os jogadores brasileiros conhecidos de 2004 a 2020 e suas respectivas posições dentro de um nível técnico abrangente, para servir de referência de análise para as novas gerações de jogadores. Apesar de que estar nessa lista mostra que de alguma forma você fez parte do Othello/Reversi nacional, não estar nela não significa que não tenha feito, pois não foi possível identificar e analisar direta ou indiretamente todos os jogadores brasileiros, seria humanamente impossível. Já informo que essa lista não tem ligação alguma com a lista de ranting mundial, pois pra entrar nessa, são necessário alguns critérios para que o jogador tenha seu nome escrito nela, já a lista que fiz, os critérios são outros e poucos. Essa é de longe a lista mais completa feita por mim. Deixando bem claro que o intuito da lista é tão somente analisar como anda o desempenho e o número de jogadores brasileiros como um todo, não tendo foco utilizar a lista para superestimar ou menosprezar alguém. Essa é apenas uma pequena parte de uma divulgação que vai muito além disso. O alicerce da divulgação está no diálogo, negociações, publicidade, apoio mútuo e paixão ao jogo. O nível técnico de cada um restringi-se a uma esfera lúdica, (muitas das vezes desnecessária à pessoa ou pessoal) podendo somar-se aos pilares encimados para uma maior divulgação. Em todos os esportes temos ranting, mas não teríamos rantings sem esportes bem estruturados. Deixo bem claro que essa lista é um recorte momentâneo de algo fluído e móvel, apenas mostrando o status atual de cada jogador, sendo ela mutável a cada momento, hoje quem está abaixo dos 30 pode estar entre os 20 em três meses, por exemplo, e vice e versa.

Essa lista foi um exercício mental, tentando buscar na memória habilidade de jogadores antigos e como isso se encaixaria no nível de jogadores mais recentes, e entendam a palavra recente como algo “de 2010 para cá”, ou seja, nos últimos dez anos. É praticamente impossível conseguir uma lista impecável sobre o real nível técnico de todos os jogadores da lista, tão como também torna-se bastante difícil colocar todos os jogadores brasileiros da história nela, uma vez que muitos são/ou eram jogadores anônimos. Em alguns casos na lista, eu fiz a análise comparada, o que é isso? Com base na colocação em determinados campeonatos e, já sabendo do nível técnico de alguns dos jogadores desse mesmo campeonato, (do qual tive acesso a partidas) presume-se com essa base a média do nível técnico de algum jogador específico, mesmo sem ter analisado alguma partida do mesmo, isso corroborado a outros campeonatos tem-se uma ideia da habilidade estratégica do jogador em questão, mesmo sem antes nunca tê-lo visto jogar. Até os vinte primeiros colocados temos uma abordagem bastante realista, pois mesmo os que não jogam mais, deixaram como última impressão o status de muita habilidade no jogo, daí até os trinta poderíamos colocar no mínimo cinco jogadores anônimos entre cada colocação, da posição trinta até a posição quarenta podemos colocar dez jogadores entre cada colocação e da posição quarenta até a cinquenta uns quinze jogadores anônimos entre cada posição, isso pensando em uma média, devido ao longo tempo que a lista se predispõe a buscar e o número de jogadores que não se aglomeram em uma única plataforma, somando aos que possivelmente jogam offline em apps ou a jogadores que somente jogam em tabuleiro (sobre os jogadores anônimos aconselho que leiam uma postagem no meu blog sobre isso, título: Qual o perfil dos jogadores brasileiros?) Por isso mesmo que se focarmos em perguntas como: Quantos novos jogadores surgem por dia, semana, mês ou ano nesse jogo? Quantos atingem um bom nível no jogo ou até mesmo independente do nível que atinja, quantos são apaixonados por esse jogo? Quantos desses conseguem durante muito tempo se manter completamente anônimos? (Obviamente não tendo a obrigatoriedade de saírem do anonimato)Talvez o número seja absurdamente alto, talvez inexpressível, a verdade é que não sabemos ao certo sobre isso. Quem sabe futuramente aprendamos a nos focar mais no que ainda não sabemos, do que no o que já sabemos, com isso trazendo novas abordagens ao tema.


Outro fator importante a se ressaltar, é a de que o que define um jogador específico ser melhor do que outro, não é baseado apenas em confrontos diretos entre os mesmos,(até mesmo porque muitos destes jogadores nunca se enfrentaram na vida) e sim através de uma somatória de critérios técnicos adotados, conhecidos e executados.
O Reversi é um jogo um tanto quanto injusto, onde um jogador com um nível avançado e com extensa experiência e números de partidas, pode perder por inúmeras questões para um jogador infinitamente inferior tecnicamente, na verdade, a singularidade matemática e caótica do jogo Reversi é tão grande, e às vezes imperceptível ao primeiro “tato” visual, que um jogador que comece a jogar hoje, pode por ventura, derrotar um campeão. Ao contrário de jogos como Xadrez ou GO onde essa peculiaridade é quase inexistente, no Reversi é comum. Nestes outros jogos, dificilmente ou quase impossivelmente um grande mestre perderá uma partida para um jogador iniciante, característica essa que um bom jogador de Othello/Reversi já abandonou desde o dia que sofreu seu primeiro zeramento contra um jogador de nível longinquamente inferior ao dele. (Wipeout, é o conceito que define quando um dos jogadores captura todas as peças do adversário antes do preenchimento total das casas ou com todas as casas completadas por peças de uma cor, o chamado “zeramento”), ou seja: O fato de, por exemplo, um jogador abaixo da colocação quarenta derrotar alguém que esteja entre os dez melhores, não significa nada em si de maneira geral, apenas demonstrando uma face do que é esse jogo, um caos. Nesse contexto seria, para ser mais justo, uma sequência de várias partidas entre os jogadores para ser ter uma ideia melhor do nível de cada um, não apenas um único confronto.

Os critérios adotados para analisar o nível dos jogadores foram:

Mobilidade: Capacidade em manejar jogadas silenciosas, visando administrar um número mínimo (menor) e eficiente de discos próprios. Para lapidar todo tipo de jogadas possíveis em pouco tempo de partida, jogadores muito bons em mobilidade, costumam vencer as partidas antes da metade do jogo, mesmo contra jogadores fortes.

Criatividade: Habilidade em criar jogadas novas e realizar combinações entre elas. Estes jogadores emendam jogadas entre si, (Juntam Checkerboarding com Stoner Trap, por exemplo, depois transforma isso em alimentação opositora) além de convergirem de uma para outra de maneira muito rápida e imprevisível.

Atacar Criando Armadilhas: Como uma face da criatividade, aqui se destaca o jogador agressivo, acostumado e familiarizado em realizar jogadas de ataque, muitas das vezes criando armadilhas no jogo. Geralmente jogadas como Stoner Trap, Manobra de Landau, Ataque ao 4 e Envenenar Discos, estão na linha de raciocínio desses jogadores.

Posicionamento e Defesa: Aqui se destaca o jogador que sabe se posicionar e se defender bem, esperando o melhor momento para atacar, muitas das vezes estes jogadores dominam estratégias como Flat Theory, Chekerboarding, Alimentação Opositora e Jogadas Silenciosas. Este tipo de jogador sabe muito bem o que são discos de fronteira e Tsujis dentro da prática, e não cometem erros ingênuos.

Tempo e Ritmo: Esses jogadores são mestres em mobilidade e extrações além de excelentes executores de jogadas resultantes em Swindles e Alimentação Opositora, além de exímios executores de todo tipo de Tsujis (além das Swindles). Nem todo jogador bom em mobilidade é necessariamente bom em Swindle, mas todo bom jogador que realiza Swindles entende bastante de mobilidade e posicionamento, para isso é imprescindível entender de Tempo e Ritmo de jogo.

Como eu disse anteriormente, é impossível avaliar todos os jogadores e dizer qual faz ou domina o que nesse leque estratégico, só o que tenho são avaliações pontuais e comparações, juntando-se a isso o que tenho em minha memória de partidas que joguei, ou vi estes jogadores jogarem, somando-se à análise comparada.

Quais são os critérios para estar com o nome na lista? Somente dois.

O primeiro e mais crucial é o da pessoa ser um(a) jogador(a) de verdade. Muitas pessoas já passaram por esse jogo, já participaram de campeonatos e etc. Porém muitas dessas não jogam mais por diversos motivos, o que me levou a conjecturar: Por que considero alguns jogadores de Reversi/Othello que não jogam mais como jogadores reais e outros não? A resposta é um tanto quanto simples, não importa o nível técnico da pessoa, o tempo que ficou jogando ou há quanto tempo esteja parada, a única coisa que importa é a pessoa ter jogado esse jogo e o adotado em algum momento como um jogo legal, sem a necessidade exatamente de jogar com amigos ou pessoas conhecidas, em que a mesma gostava e jogava por puro interesse lúdico e iniciativa própria, ou seja, ter jogado por puro deslumbre e interesse em se divertir ou aprender mais sobre ele. Só isso já basta para estar na lista. Só para complementar como exemplo, eu jogo Conexão 4 às vezes, (Connect Four/Four in a Row é um jogo estratégico com tabuleiro vertical) já joguei várias vezes, mas não me sinto um jogador de Conexão 4, mesmo tendo até um tabuleiro, pois o que me leva a jogar esse jogo é apenas a diversão que terei com pessoas queridas, somente jogo com amigos, tanto online quanto offline, sem isso eu não me interesso em jogar, assistir, aprender ou estudar algo sobre o jogo, e esse fator extra, que é jogar apenas para se divertir com amigos, não basta para eu me considerar um jogador desse jogo, e olha que conheço e jogo esse jogo há mais de dez anos, o que já me tira da lista de novatos, mas raramente joguei com pessoas estranhas, preferindo a companhia das amizades (pois só jogo com a presença dessas pessoas, raramente o contrário disso) sendo que quanto ao Reversi eu jogo de qualquer forma, com ou sem amigos por perto, eu jogo em qualquer lugar, online ou offline, estudo-analiso-leio-escrevo-vejo vídeos-instalo apps e jogo, (não que você precise necessariamente ter todos estes tópicos para ser considerado adepto a um jogo, claro, basta apenas gostar e jogar por conta própria, independente se é chamado para ou não) pelo puro deslumbre em jogar, por isso me considero um jogador de Reversi e não de Conexão 4, por mais que esse jogo seja bem legal. Dentro desse critério abro uma exceção aos jogadores iniciantes, pois ainda estão engatinhando e jogando junto a amigos, podendo ou não tornarem-se jogadores de Reversi no futuro.

O outro critério é ser um jogador com nome real e nível de habilidade real não importando o nível técnico, mesmo que não tenha algum nick identificado ou até mesmo não jogue online, bastando apenas ter sido identificado como jogador, e claro, eu ter tido acesso a alguma partida da pessoa em si. Muitas das pessoas da lista, eu mesmo já joguei com a própria alguma vez, ou conheço ou já joguei com jogadores que essa pessoa já jogou (análise comparada).

Gostaria de deixar alguns adendos aqui, que considero que sejam justos, como eu já havia dito no meu blog há anos em uma postagem, me foi relatado que lá para o ano de 2004, quando muitos dos jogadores da listas estavam começando a jogar, havia um jogador coreano naturalizado brasileiro com o nome de Kyung H. Choi, e seu nick (six9) no site Vog, disseram que ele era bem conhecido mesmo entre os jogadores fora do Brasil, porém infelizmente nunca tive contato com esse jogador, nem cheguei a ver algum de seus jogos, pois só comecei a jogar online em 2006. Com isso, mesmo sabendo que provavelmente este ficaria entre os dez melhores jogadores brasileiros da história, fica difícil saber exatamente sua posição na lista, por isso a ausência do mesmo nela. A outra especificação que eu deixo aqui registrado, é a de que o jogador Pedro Jorge, que se destacou entre os brasileiros nos anos 2000, com seu nick Le Magnific no site Flyordie, por mais que se parecesse com um jogador brasileiro, na verdade era português, e que por isso não está na lista apesar de ter sido um grande jogador. Caso estivesse nessa lista, ocuparia a quinta posição, provando que era de fato um jogador muito forte. O jogador número 1 da lista, o Adrian e seus nicks buyo ou adybuyo talvez seja na verdade japonês naturalizado brasileiro, segundo me passaram na época, porém não tenho tanta certeza quanto a isso, devido ao seu nível de português e trejeitos culturais à nossa cultura (Além de “Adrian” não ser necessariamente um nome de origem japonesa, a não ser que o mesmo utilizasse esse como um vulgo) talvez tivesse ascendência japonesa, não sendo exatamente japonês, mas isso é só uma hipótese minha.

Bom, agora vamos à lista.

Eu usei o mesmo esquema que já usei várias vezes, a letra à frente do nick informa o site onde a pessoa joga ou jogou com maior frequência; então “P” é de PlayOk e “F” é de Flyordie, como na lista há jogadores que também jogam no Othello Quest, usei “OQ” para informar isso. Apesar de apenas um exemplo na lista, temos alguns jogadores que já jogaram pelo Reversi do Facebook alguma vez, inclusive eu, mas não é tão comum entre os jogadores brasileiros conhecidos (porém pode ser encarada como uma incógnita, levando em conta que milhares de brasileiros têm acesso ao Facebook diariamente e, muitos jogadores brasileiros são anônimos, poderíamos nos surpreender com o possível número de jogadores brazucas que há na plataforma, mas não sabemos nada sobre isso) a sigla para a plataforma do Facebook é “RF”. Mas ao contrário das minhas outras listas, e devido ao número de jogadores iniciantes em uma lista minha, nessa eu acrescentei a letra “N” anteriormente ao informe de site, que informa que o jogador ou a jogadora é novato(a), pois assim fica mais fácil de entender que a pessoa ainda tem um longo caminho de progresso no jogo, podendo estar muitas posições à frente em listas futuras.

Ranting Técnico de Jogadores Brasileiros de Reversi/Othello de 2004 a 2020:

1 – Adrian                           (buyo) - P
2 – Dennis Medeiros          (johnnyherbert) - P
3 – Guilherme Chyodetto   (REVERSIIMASTER) - F
4 – Jun Takemoto               (Nick  Desconhecido)
5 – Anuar Haddad              (StepMan) - F
6 – Lucas Cherem              (carlbarks2003) - P
7 – Robson                         (robão) - F
8 - Henrique Oliveira         (henrique1) - F
9 – Vitor Cid                      (lordvitor3) - P
10 - Paulo Silva                  (bizonho21) – P
11 – Rose Matsumoto         (Rose) - F
12 – Ricardo Brandão         (BUJUVALO) - F
13 – Adegar Alves              (admiib) - P
14 - David Souza                (davidd2) – P
15 - Fernanda Pimentel       (mindplay) – P
16 – Marcos Pires               (reversisp) - P
17 - Suzana Petry                (sukerida) – F
18 - Elk Frank                     (elkfrank) – P
19 - Denis Ribeiro               (Fora Dilma) - F
20 – Peter Buchan               (bossa0nova) - P
21 – Alexandre Rossi          (arossi010) – P 
22 - Melcks Lima                (Nick Desconhecido)
23 - Renato Waitman          (rewait) - F
24 - José Lucimério            (Nick Desconhecido)
25 - Daniel Dantas              (ddantas) – P
26 - Lucas Cid                     (lordlucas4) – P
27 - Paulo Farina                 (grandep1) – P
28 - Mitsuru Dairokuno       (Milkky014) – OQ 
29 - Carlos Roberto             (745i) – F
30 - Eunice Oliveira            (Nice) - F
31 - Gabriel Marden            (SouzaMarden) – OQ
32 - Humberto Lopes          (betolopes) – F
33 – Rubens Pereira            (captainsnake) – P
34 – Halan Dayvs                (halandavys1985) – OQ
35 – Paulo Kitada                (Paceaki) - N OQ
36 - Carlos André                (yusuke2020) - N P
37 - Moisés Correia Jr.        (Mothello68) – OQ
38 - Vitor Paié                     (VitorPaie) - OQ
39 - Alfredo Jara                 (apeine) – P
40 - Dinah Godoi                (Sem Nick)
41 - Kauana Aguiar             (Sem Nick)
42 - Licínio Fernandes         (Sem Nick)
43 - Roberto Iglesias            (Nick Desconhecido)
44 - Sidd Pires                      (Siddpires) - F
45 - Jesualdo Tubero            (Sem Nick)
46 - Alamir Jr.                      (alamirjr) – P
47 - Evans Fritsch                (fritsch) – OQ
48 - Alexandre Freitas         (AFreitas) – OQ
49 - Guilherme Lisboa         (guilhermeno) - P
50 - Rosângela Taranto        (DANDA) - N F
51 - Marcos Januário           (Sem Nick) N RFB
52 - Rodrigo Edelton           (rodrigo) – N OQ
53 - Rafael Paié                   (RPaie) – OQ
54 - Joselita Fuza                 (Sem Nick)
55 - Fernando Machado       (fernandocovil) – N F
56 - Janfrancisco Ramalho   (Janfrancisco) - F
57 - João Souza                    (Sem Nick)
58 - Estela                            (Estela) - N F 
59 - Natalia Micheleto         (Sem Nick)
60 - Lourdes Klava              (Sem Nick)
61 - Vanessa Fabiane           (ttprata) - N OQ
62 - Martinho Santos           (martyu) - P
63 - Ricardo Barros             (carval) – N P
64 - Gilberto Ceorlin           (ceorlin) - N OQ


Esses são os sites mencionados onde podemos encontrar esses jogadores:

PlayOk

Essa é uma plataforma polonesa, conhecida antigamente como Kurnik, é ainda hoje um dos sites mais famosos do mundo dos jogadores de Reversi em todo o mundo.

www.playok.com

Flyordie

Essa é uma plataforma húngara, fundada em 2001, é há anos, tem sido provavelmente uma das maiores concorrentes da PlayOk, também é muito famosa entre os jogadores de Reversi em todo o mundo.

www.flyordie.com


Othello Quest, conhecido antigamente como Reversi Wars, é de longe o aplicativo mais famoso no mundo dos jogadores online de Reversi, a dona é a empresa japonesa Mega House, que também detém todos os direitos de patente do jogo Othello ao redor do mundo.

https://play.google.com/store/apps/details?id=fm.wars.reversi


Reversi do Facebook

Plataforma norte-americana essa que dispensa apresentações, serve de local para alguns jogadores brasileiros, devido à facilidade e a possibilidade de se jogar utilizando o próprio login do Facebook para isso.

https://www.facebook.com

domingo, 1 de março de 2020

Quando a Criatividade Resolve Jogar Reversi, Os Mais Lindos Tabuleiros

Sim, cá estou um dia após o principal dia do ano bissexto para usar o meu tempo produzindo algo mais descontraído, que é falar de tabuleiros de Reversi. Já fiz tantas postagens sobre esse tema aqui no meu blog que nem ao menos consigo relembrar quantas vezes falei do assunto, inclusive já mostrei alguns desses tabuleiros por aqui, mas dessa vez o que apresento-lhes é um pouco diferente do que já mostrei aqui no blog, se trata de tabuleiros de manejo artístico, que o foco foi direcionado a causar deslumbre, encanto e agradar aos olhos de todas as formas possíveis. E tem gosto para tudo, passando por trabalho em materiais como cerâmica, vidro ou acrílico; mas também temos o de metal, seja em toda a sua estrutura ou em suas peças.

Obviamente que de acordo com essa variedade e com seus gostos pessoais, alguns tons soaram como excêntricos ou incomuns demais. Porém é possível notar, alguns com traços de puro capricho de seus escultores, seja na beleza, nas cores, no designe, na extravagância e autenticidade. E antes que isso fique parecendo uma apresentação de moda de algum estilista de renome internacional, já vou mostrar logo abaixo os dito cujos.

Não antes de pedir a colaboração de vocês para ajudar na divulgação desse blog, gaste uns minutinhos ai, leia algum artigo que ache mais legal e se gostar, compartilhe em algum lugar onde tenham pessoas interessadas. Se você é um jogador de Reversi e quer aprender estratégias sobre esse jogo, me ache no Youtube no canal com o meu nome, digite: Fabrício Silva Othello que já vai aparecer meus vídeos. Enfim, vamos caminhando sem deixar esse jogo cair no esquecimento, borá lá?

Agora sim, os tabuleiros.



Reversi de Acrílico, Grande - (Foto 1)




Reversi de Acrílico, Grande - (Foto 2)





Reversi de Acrílico Luxo - (Foto 1)




Reversi de Acrílico Luxo - (Foto 2)



Reversi de Vidro, Ótica



Reversi de Cerâmica




Reversi de Acrílico - (Foto 1)




Reversi de Acrílico - (Foto 2)


Reversi de Peças de Metal - (Foto 1)



Reversi de Peças de Metal - (Foto 2)




Reversi de Metal, Magnético





quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Othello – Qual o futuro do país no foco de grandes talentos na modalidade?



Othello – Qual o futuro do país no foco de grandes talentos na modalidade?

Vamos lá, fiquei meio relutante em fazer essa postagem por se tratar de um assunto delicado, mas penso que seria bom para os jogadores navegantes e curiosos que chegam a esse blog periodicamente, saber um pouco da opinião de alguém que joga Reversi desde 2004 e, que frequenta sites de jogos desde 2006. Embora isso seja apenas uma opinião, talvez possa servir de diretriz para algum divulgador vindouro que queira um patamar, uma base de por onde começar, o que acrescentar e o que evitar. Para ser bem sincero não ambiciono nada sobre o assunto, mas se tem alguém que observa esses padrões além de mim, com toda a modéstia, desconheço; ao menos no que tange esse jogo.

Como já disse em postagens antigas minhas, esse jogo bem provavelmente chegou por aqui nos anos de 1970 e em 1980 de maneira massiva, com empresas ligadas à venda de tabuleiros e consoles de videogame, dentre as empresas de jogos e brinquedos temos a Grow, Glasslite (sei que não falei da Glasslite em minhas postagens), e empresas de jogos como Atari, Nintendo e Sega. Nos anos 2000 tivemos o advento de sites de jogos como o Vog, PlayOk (que nessa época se chamava Kurnik) Flyordie, International-Othello, Reversi Para Internet do Windows XP, dentre outros, que reuniam muitos jogadores brasileiros, com predominância nos três primeiros citados. Muito provavelmente foi nessa época que muitos brasileiros tiveram o seu primeiro contato com o jogo para que posteriormente com o surgimento de federações e associações ao redor do mundo, e da própria World Othello Federation em 2005, fundarem uma federação aqui no Brasil em 2006. Isso no entanto foi apenas um meio oficial e, diga-se de passagem muito bom, de divulgação por meios não oficiais, com a ajuda de plataformas como o Orkut e de mecanismos de bate-papo como o MSN ser possível levar conhecimento do jogo à muita gente. Em seu auge a comunidade Othello/Reversi tinha em torno de 370 membros, dos quais, aos menos alguma vez que seja, tenham participado da comunidade lendo algo a respeito dos campeonatos e da federação. No MSN era possível adicionar jogadores desse nicho, ou em sites onde havia uma miríade de brasileiros e, por que não, convidar algum amigo ou amiga que nunca tiveram contato com o jogo antes para umas partidinhas no Reversi do MSN?

Bem, hoje as opções de lugares para jogar aumentaram exponencialmente, com um smartphone nas mãos você pode ter acesso não só às versões de app de alguns desses sites já citados acima, com ênfase ao PlayOk e Flyordie, já que o Vog está extinto e o Windows XP só para os nostálgicos e técnicos conservadores, pode ainda desfrutar do que há de mais moderno nas novas plataformas como o Othello Quest, eOthello, Dr. Reversi ou até o Othello da LITE Games e o Online Reversi da Bluesky Studio pela Microsoft. Temos ainda o Reversi para Facebook, e muito provavelmente inúmeros apps online e offline por ai, temos apps offlines excelentes para treino e aprimoramento, como o Reversatile de Stefan Murawski (antigo DroidZebra de Alex Kompra) e o The Othello da UNBALANCE Corporation que deixam tudo mais fácil para quem quer aprender a jogar de verdade.

Mas por que eu estou fornecendo todos esses dados?

Primeiro pelo fato de que defendo a ideia de que os melhores jogadores de Othello, jogado em tabuleiro, surgiram antes como jogadores de Reversi, jogando durante horas online, tal como os que se sobressaem são os que analisam suas próprias partidas consertando pequenas e grandes falhas no seu próprio jogo, bem como os que analisam jogos de jogadores mais fortes e eventualmente jogam com estes. Pode acontecer de algum jogador não ter nenhum contato online com o jogo ou com aplicativos de aprimoramento e se tornar um bom jogador de Othello? Pode, claro... Da mesma maneira que existe uma boa possibilidade de você atravessar uma rua movimentada de carros com os olhos fechados sem ser atropelado, pode acontecer, mas dependerá mais dos outros do que de você mesmo. Uma vez que para descobrir e melhorar seu nível no jogo dependerá de enfrentar jogadores fortes, e com isso descobrir “de olhos vendados” utilizando apenas de intuição onde possa estar errando, os apps de aprimoramento seria seus olhos nessa analogia e o jogador forte o carro com um motorista atento e bondoso que não te atropelasse e te ajudasse de alguma forma, algo meio difícil. O problema é que jogadores fortes jogando campeonatos aqui no Brasil são algo raríssimo, pode-se contar nos dedos quantos periodicamente vão à competições e menos ainda quantos têm vocação, paciência e didática suficiente para lhe ensinar algo além do básico. Então o melhor método para esse enclave é você mesmo se ensinar e, para isso é extremamente necessário jogar online e aprimorar suas habilidades com algum app específico para isso, ou com programas como o WZebra e NTest para computadores e notebook.

Muito bem, isso tem sido feito?

Não, infelizmente primeiramente boa parte dos jogadores, desde lá em 2006 na comunidade Othello/Reversi (acho que a comunidade é mais antiga, mas não tenho certeza) até os últimos adeptos nos últimos cinco anos abandonaram o jogo, dos mais antigos talvez participasse da comunidade somente pra retratar um jogo que gostava, os que jogavam online simplesmente enjoaram do jogo. Dos jogadores mais recentes muitos sempre foram enxadristas e damistas, pouquíssimos continuaram jogando, mas mais por hobby e interação social do que por ambicionar melhorias táticas no jogo, o que me leva a deduzir que se por meios online a coisa está tão carente de habilidade técnica, e em campeonatos reais o nível técnico está estagnado há anos, o que se pode fazer para que existam mais jogadores fortes nas competições oficiais? Chamar jogadores que jogam há muito tempo online não é a solução, pois jogar há muito tempo não é sinônimo de nível técnico avançado, então não são todos que atingiram esse nível e como eu disse o nível de muitos desses jogadores está baixo há anos, etão no nível intermediário ou abaixo há anos, sem progresso; (o foco é em jogadores com potencial de crescimento no jogo, então estes não são exatamente o público alvo) além de estarem localizados em lugares distantes no Brasil entre si e para as competições aqui na cidade e interior de São Paulo. No máximo se por ventura estes viajassem quilômetros para vir até algum lugar do estado de São Paulo participar de algum campeonato, o que poderiam fornecer seriam partidas com erros que bons jogadores nunca ou raramente cometem. Me refiro especificamente à sites como Flyordie e PlayOk, a nova geração tem mais afinco com o Othello Quest.

Existem inúmeras maneiras de se aprimorar e onde jogar, foi justamente por isso que eu enchi a tela com nomes de sites e aplicativos, além de orientar onde achar online os jogadores brasileiros, mas atualmente posso calcular apenas uns doze jogadores que bem treinados, têm um nível avançado, sendo que cinco com nível bom (o que já os colocam com nível melhor do que mais de 92% dos jogadores que já pisaram em alguma competição oficial no Brasil algum dia, e esse cálculo não é exatamente preciso, ok?) mais 5 com um nível muito bom e, destes os dois que sobram com um nível acima da média geral. E esse grupo, ou qualquer um que por ventura venha a se encaixar dentro dele, é um público alvo. Ou seja, de jogadores com força e habilidade no jogo similar ao que vemos em competições em vários países da Europa, Ásia e Estados Unidos. Deixo já um adendo aqui, que reforçarei mais à frente: Isso não se trata de elitismo técnico, desejo que todos os jogadores sejam bem-vindos dentro das competições oficiais, independentemente se jogam bem ou não, isso no geral pode ser considerado irrelevante. Mas ter uma equipe de jogadores excepcionais no país, em meio há muitos jogadores que estejam ainda aprendendo, seria uma má ideia? Todo esporte tem os seus craques, e isso acaba servindo de estímulo para quem está começando agora em uma modalidade, ter essas boas referências técnicas, além dos inúmeros exemplos de lição de vida e superação que cada um pode fornecer independente do nível técnico no jogo em que se encontre. Ou seja, isso não é "elitismo" e sim um foco em agregar nas competições oficiais "uma elite técnica de jogadores" que de forma alguma sirva de barramento à quaisquer jogadores, estejam no nível técnico que estejam. E também reforço o fato de que é extremamente importante a continuidade das competições em tabuleiro, que de maneira natural pode cedo ou tarde nos brindar com grandes talentos do esporte.Voltando...

E a notícia não muito boa é que desses doze jogadores, apenas uns quatro podem por questões de localidade, tempo e vontade participar dessas competições. Nem sempre todos, nem sempre algum, ponto.

Então como fazer para que venham a essas competições?

Disponibilizando gratificações, brindes e prêmios financeiros, mas... Isso é impraticável aqui no Brasil, uma vez que não existe um reconhecimento do jogo Othello sendo pertencente aos Esportes da Mente, mesmo que de maneira indireta esteja associado. Para pertencer á alguma categoria oficial esse jogo deve ser praticado no mínimo em 100 cidades diferentes, que é uma tarefa um tanto árdua para um jogo tão pouco popular no Brasil. Houve cortes nas verbas destinadas ao ministério do esporte e da educação, o que afetou tudo como um todo também.

De alguma forma, sabe-se lá como, implementar nas escolas o jogo Othello em meio à aulas de Xadrez e Damas, mas como se nem ao menos está sendo possível ensinar os jogos mais famosos nas escolas? É arriscado e contraproducente remar contra a maré. Em 2015 tivemos a última grande revolução do jogo aqui no país, que infelizmente foi minguando até se desbotar quase totalmente em 2020. Então em meio a tudo isso, haveria algum método prático e barato de buscar, criar, estimular e lapidar futuros grandes jogadores no país?

Percebo que por meios online divulgar o jogo, seja com canal no Youtube, páginas no Facebook, blogs e etc. Esse é o único meio barato e sem muitos obstáculos de fazer divulgação do jogo. Talvez pequenas participações em canais maiores possa ajudar, tanto quanto estreitar a relação do jogador em tabuleiro com os jogadores em smartphone, salão de eventos desde que bem divulgados antes online, seria bom também. Contratar algum programador pra desenvolver um site brazuca de jogos online, com ênfase nos brasileiros, talvez com divisões por níveis, com pequenos tutoriais de como jogar, como treinar, onde jogar campeonatos oficiais online e offline (em tabuleiros). A minha ideia que nem minha é, e tão pouco é inédita. Na época do Orkut como citado acima, isso já existia, com exceção de um site específico para brasileiros, muitos membros se encontravam online no Vog, PlayOk ou Flyordie e, alguns iam à competições oficiais em tabuleiros, e nessa época o nível das competições eram bem alto, pois os jogadores que iam jogar no tabuleiro, já estavam bem treinados jogando online. Claro que por falta de recompensas específicas, distância dentre outros motivos como já disse, boa parte não se deslocariam à tais competições, mas alguns poderiam ir por puro hobby e curiosidade e acabariam pegando gosto pela coisa. Por algum motivo isso se perdeu hoje em dia. Claro que tivemos por exemplo os campeonatos brasileiros de 2018 e de 2019, que tiveram a participação de bons jogadores, no primeiro com bastante participantes iniciantes e quatro jogadores avançados, no de 2019 tivemos somente quatorze jogadores no geral, sendo quatro avançados e um intermediário, foram campeonatos equilibrados. Em 2018 tivemos a presença de um fortíssimo jogador online que eu ajudei a resgatar às competições oficiais um ano antes e, em 2019 dois fortes jogadores online que eu convenci a irem. Hoje em dia, infelizmente não há nenhuma plataforma ou comunidade com foco nos jogadores brasileiros online, se focando apenas em pequenas aparições e divulgações, e restrito a contingente “importado” de jogadores de outras modalidades, que nem sempre ficam muito tempo na nossa modalidade. Mas como disse, não basta apenas jogadores online em campeonatos oficiais mas com nível baixo, seria interessante ao menos alguns com bom desenvolvimento e progresso contínuo, claro que gosto que estejam todos lá e amem isso por hobby, não por pura ambição, claro que gosto do espírito esportivo, claro que ninguém tem a obrigação de jogar bem, mas um pouco de objetivo concreto em ter jogadores com excelência não seria errado, entendam por favor.Recentemente alguns têm percebido à importância do mundo online na divulgação, e da importância de linkar esses jogadores ao mundo real, mas ainda há muito trabalho a fazer, só nos resta torcer e esperar. Se houver progresso, dentro de menos de uma década teremos um contingente definitivamente de bons jogadores no país que participe de competições oficiais, sem nada dever em qualidade aos campeonatos europeus, asiáticos e dos Estados Unidos, servindo de exemplo a outros que queiram trilhar o mesmo caminho.

Resumindo, seria:

1 – Criar uma plataforma focada em todos os nichos do jogo, como sites e aplicativos,  (olhem a lista de sites e apps que escrevi logo acima nessa postagem) bem como blogs e canais no Youtube, comunidades no Facebook e Whatsapp. Para que dessa forma, com o tempo, jogadores desses locais começassem a conhecer que há um trabalho por detrás daquele hobby, e se interessem a ir com mais frequência em locais de eventos, como os campeonatos em escolas, clubes, shoppings e restaurantes especializados. Uma maneira poderia ser a criação de um site exclusivo para os jogadores brasileiros, onde os mesmos pudessem interagir, aprender e ensinar aos demais jogadores. Essa é uma forma de agregar mais jogadores com grande potencial dentro dos campeonatos em tabuleiro e, orientá-los a conhecer outras plataformas online do jogo, que permitirá que o mesmo tenha contato com mais jogadores, aprimore seu conhecimento e de quebra ajude a divulgar ainda mais a modalidade.  Para essa função precisaremos de um divulgador bem específico que meio que “pegue os jogadores pelas mãos” e conduza-os pelos possíveis lugares nesse mundo.

2 – Oferecer recompensas interessantes e chamativas para os participantes, que vá além de troféus e medalhas. Brindes como sorteios de jogos de tabuleiro, camisetas promocionais, ingressos para algum show específico, ou até mesmo um tabuleiro de Othello ou de Xadrez para o campeão, sempre dentro dos limites. Não ter apoio do governo ou de alguma iniciativa privada nesse momento é algo ruim, eu reconheço; porém às vezes é necessário pequenos sacrifícios quando se quer alcançar um meio, mesmo que tenha que tirar, dentro do possível, do próprio bolso para isso. Eu já tirei, e sei de outros que fizeram igual.

3 – Continuar dialogando com os governos e entidades oficiais ligadas aos esportes da mente para que revejam possibilidades mais justas de verbas à modalidade, mostrando que o esporte está crescendo no país, e que tem grande potencial de conquistas em torneios internacionais (a essa altura poderemos já ter um bom número de bons jogadores jogando competições oficiais de Othello), algum afrouxamento na medida já seria suficiente para que ao poucos o jogo possa voltar a ser ensinado nas escolas. Onde os iniciantes serão incentivados a freqüentarem as plataformas online para que desenvolvam suas habilidades, é uma engrenagem retroalimentar, uma coisa alimenta a outra.

Bom, é isso. Utopia? Delírio? Eu não sei, apenas acredito que essa seja uma das poucas formas racionais de formarmos jogadores brasileiros de Othello com excelência.

Obrigado