sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Qual é o seu tabuleiro favorito?





           Olá a todos, espero que estejam todos bem por ai.


  • Esses dias eu fiz algumas pequenas votações no meu grupo de Whatsapp, onde mostrei inúmeros tabuleiros de formatos, épocas, preços, materiais e marcas diferentes. E o resultado foi algo que eu já esperava de certa forma – com algumas leves e surpreendentes alterações, de fato. Mas no geral, tivemos mais ou menos o que a maioria dos jogadores preferem, tabuleiros com uma aparência durável, geralmente com detalhes ou todos de madeira, e que sigam com a temática setentista inventada por Shiro Hasegawa (pai de Goro Hasegawa), ou seja, com fundo verde e peças pretas e brancas. No total foram 59 tabuleiros de amostra e depois de duas votações, tivemos os 10 mais votados, que pretendo colocar aqui abaixo, mas antes, qual é a moral da história? Bom, já disse ai acima, coloquei a carroça na frente dos bois como sempre mas não gosto muito de fazer suspense, sou prático como uma jogada brilhante no Reversi, o resultado é rápido e perceptível. Mas, explico de uma forma melhor, o povo gosta do tradicional, na verdade a maioria dos jogadores – mesmo inconscientemente, e isso é bem importante frisar - são bem apegados ao conceito universal de Othello com Desdemona e os gramados verdes da Inglaterra medieval e, se algo fugir disso, acaba caindo no conceito artesanal estético, onde mesmo que não tenham nenhum dos elementos otelístico que acabei de falar, inevitavelmente terão que ser bonitos, belos e de aparência durável, é isso que vende e, é justamente isso que abre a questão: Se gostam, se é bom, se é imensuravelmente durável em comparação com a grande maioria dos modelos vendidos (ou que eram vendidos) por marcas como Mattel, Pressman, Grow, e pela própria Tsukuda (hoje nas mãos da MegaHouse), por que não produzem em grande escala para outras partes do mundo? Não me refiro ao oitavo da lista que é puramente artesanal, mas até mesmo ele, por que não simulacros? Alguns, como o sétimo da lista por exemplo, só vendem no Japão, garanto que se alguma empresa daqui, como a própria Grow ou a Hasbro quisessem produzir desse mesmo tabuleiro, haveria quem comprasse. E o sexto da lista?! Minha nossa, que tabuleiro! E o campeão da lista? Pois é, o campeão não é produzido por nenhuma empresa, nem mesmo no Japão, ao menos a nível comercial.  Na lista ainda temos os Tsukudas, (os 2, 5, 9 e 10 da lista são) são resquício do DNA otelístico que há em cada jogador que tenha aprendido a jogar esse jogo no Atari nos anos ’80, ou de alguém iniciantes em sites como o PlayOk (antigo Kurnik), FlyOrDie ou o extinto Vog, ou alguém que tenha iniciado mais recentemente nos tabuleiros de Othello da Grow de 2004, ou se deparado com fotos no Google Imagens que tenham essa temática, que de longe preenche toda a tela do computador de qualquer um que procure, faça o teste. Aqueles com cores diferentes de verde, branco e preto são os ditos tabuleiro de Reversi, mesmo que alguns azuis possam carregar a marca Othello com eles.

  • Essa epidemia pelo padrão otelístico, atinge tão fundo nos nossos gostos que é quase praticamente impossível alguém nunca ter se incomodado uma vez na vida por ter jogado num site ou tabuleiro com cores berrantemente diferentes do habitual, ou ter preferido no final das contas jogar no tabuleiro verde com peças pretas  brancas ao invés do vermelhinho e etc... E observem só, eu não estou dizendo que isso seja errado. De forma alguma! Como podem bem reparar, as cores do meu blog são verde, branca e preta e não é à toa não, a palavra “Reversi” automaticamente denota a cor verde na minha imaginação, que só é completada com os detalhes brancos e pretos, representando as peças, viram só? Eu pessoalmente prefiro os tabuleiros tradicionais também, não sou palmerense, mas a cor verde para esse jogo é sublime, é a minha real preferência também. Mas seria isso caso o jogo chegasse até mim de outra forma? E se Goro Hasegawa não tivesse resolvido ressuscitar o jogo Reversi com o nome Othello e toda a temática que o segue? Se, vamos supor, a pessoa que o relançasse optasse pela cor bege, ou laranja como fundo? Será que esse não seria o padrão pétreo que nos rodearia para sempre? Ainda lembro da pequena saia justa que a empresa Lansay passou ao tentar relançar o jogo na França com o fundo do tabuleiro em azul, logo os representantes da FFO (Federação Francesa de Othello) se pronunciaram contra! Como a empresa francesa não dependia da FFO para quase nada, brigaram por lançar o jogo com o fundo azul mesmo, o que de fato foi feito. Bom, que eu saiba o tabuleiro não foi lá grande sucesso não.

  • Antes de Hasegawa vender a sua ideia à Tsukuda no início dos anos ’70, o jogo, como todo bom leitor desse blog sabe, já existia. Com cores e regras levemente diferentes é claro, mas já estavam lá faz tempo, seja com a Waddy nos anos ’30 ou mais antigamente ainda com a Mc Loughlin Bro’s em 1890 (esse igual ao Annexation, em formato de cruz) e, claro com o Annex e Annexation de 1876 à 1883. E fazia um relativo sucesso, acredito que o que fez a ideia otelística perdurar, quanto as outras se extinguirem ou terem menor valor, foi justamente o fato que eu abordei em minha outra postagem no blog: (O Resumo da História do Othello e Reversi no Brasil) onde eu falo da possível correlação de cumplicidade que  houve na ajuda mútua entre o jogo Othello e as grande empresas digitais, videogames e computadores, onde um acabou por alavancar o outro, um ajudou na venda do outro, no geral de maneira indireta, (apesar de a própria Tsukuda ter lançado os seus próprios modelos digitais, no estilo “Tetris” de Othello de mão, que não tinham palhetas de cores, eram bem toscos mesmo) e como os consoles copiavam a temática otelística, as vendas recaiam nos tabuleiros que tivessem essa mesma temática, onde eram todos de Hasegawa. A Atari 2600, com seu cartucho, a Nintendo com sua versão para NES, todos puxavam essa temática verde, peças brancas e pretas. Mas sim, alguns consoles puxavam para cores alternativas, como o computador da Atari, o Atari ST, onde o console do jogo era com uma temática de cores de tabuleiro preto, peças roxas e amarelas (com direito a carinha nas peças ).

  • No geral, eram essas as cores que imperavam, não foram nessas tonalidades que eu conheci o jogo, mas grande parte dos jogadores foi. Os sites de Reversi online sempre preferiram  essas cores, como já citei acima no caso o PlayOk, FlyOrDie e Vog, ainda tem o Ludoteka, Yahoo Games, Mega Jogos e Ig Games Center. Nas modernas plataformas digitais, movidas pelo avanço dos celulares, temos na plataforma Android centenas de Reversis com essa temática, e o atual app mais famoso para jogar online que existe na atualidade, o Reversi Wars, é verde. Sem esquecer do Dr. Reversi também, que já seguia o mesmo caminho. Sem contar programas como WZebra, NTest, Logistello, Deep Green, Aros Magic e etc... Tudo isso estourou, com exceção dos apps de celular, é claro, nos anos ’80 e ’90! E todos seguiram o mesmo fluxo.

  • Bom, concluindo esse texto, eu digo que por mais que nós quase que majoritariamente prefiramos os tabuleiros tradicionais ditos acima, nunca venhamos a deixar de lado a arte que alguns desses modernos e arranjados tabuleiros possam nos trazer, que é o que justamente essa votação provou ser verdade, o campeão não é nem de longe um tradicional. Jogar Reversi é sempre bom, seja onde for, indiferente da cor da plataforma ou do tabuleiro, desde que seja possível distinguir entre tabuleiros e peças, é claro. E só para constar, eu também votei, os tabuleiros que ficaram na posição 1, 2, 5 e 6 foram os meus favoritos, dois tradicionais e dois que fogem à temática.

  • Abaixo, do primeiro ao décimo os tabuleiros mais votados pelos colegas do grupo de Whatsapp que me ajudaram nessa questão.

  • Agradecimentos especiais à Alfredo Jara, Alamir Jr., Ricardo Brandão, Adegar Alves, Halan Davys, Jun Takemoto e Jacqueline Batista (como votante especial).





Tabuleiro de Madeira, Artesanal Rústico


1

Tsukuda Oficial, Moderno



2

Simulacro de Tsukuda



3

Tabuleiro Metálico Magnético Simples



4

Tsukuda Branco, Deluxe



5

Tabuleiro Metálico Magnético Sofisticado



6

Big Othello



7

Tabuleiro Artesanal de Cerâmica



8

Tsukuda Oficial Preto



9

Tsukuda Ouro, Deluxe



                                                                                 10




  • Todos os tabuleiros dessa lista, exceto o número 3 que não confirmei, são do Japão.

    Obs: Esses pontos à frente de cada estrofe ou linha, foi a minha tentativa de realinhar o texto, ficou noob mais foi o melhor que eu pude fazer. :)

    Valeu, e até mais. :)

7 comentários:

Unknown disse...

Bom um sonho seria possuir todos tenho um da Grow... No entanto o que sonho em possuir inicialmente é o:
8 - Tsukuda Oficial Preto...
Grande Abraço a todos e parabéns pelas postagens...

Fabrício Silva disse...

Obrigado Adegar, e acredito que é realmente um sonho para todos nós admiradores e apreciadores do jogo e dos tabuleiros, ter quase todos possíveis, mas... Como isso é muito difícil, ficamos aqui somente na apreciação mesmo. rs

Eu tenho o tabuleiro grande da Tsukuda Original Preto, demorei 7 anos para conseguir um e, mesmo assim foi na sorte mesmo. Depois que vi uma foto que você publicou desse tabuleiro, dizendo que era o seu sonho de consumo, acredito que no Orkut, passou a ser o meu sonho também, e acabei que consegui mesmo, e você conseguirá o seu também um dia.

Abraços

Unknown disse...

Muito bem colocado. E reforçando.... Gosto de objetos artesanais. Em madeira, metal , vidro, ossos etc. Nada que utilize pedaços de espelhos. Com aparência duradoura principalmente! Parabéns pela postagem 👍👍👍

Fabrício Silva disse...

Obrigado Ricardo, é sim. Produtos artesanais sempre são bem-vindos.

Obrigado

Unknown disse...

Estou aguardando meu dia de sorte RSrsrs... Bom saber q ajudei nesse sonho q se tornou realidade kkkk...
Bons jogos

Fabrício Silva disse...

Valeu Adegar, é só ter paciência que chega. rs

Abraços

Sergio R disse...

Excelente artículo. El oro Deluxe para una final del mundial estaría bien :-D y el primero con el borde de madera lo tengo que conseguir.