terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Os Melhores Jogadores Brasileiros de Othello/Reversi, de 2004 a 2022





E aqui estamos nós mais uma  vez para essa gloriosa e controversa lista, na qual dentro de um espectro atualmente individual, particular e dentro dos meus limites, analiso o desempenho dos jogadores brasileiros aos quais conheço o nickname em sites como o Flyordie, PlayOk, Othello Quest e Vint ee, juntamente em sites de escopo oficial on board, como é o Live Othello e em torneios online diversos, seja organizado por órgãos oficiais da modalidade, seja por entidades autônomas e, aqui estamos.

Não há como ser perfeito ou totalmente justo quando se tenta criar uma lista dessa, sempre haverá deslizes, esquecimentos, avaliações incompletas ou desatualizadas, mas tentei fazer o meu melhor dentro da minha paciência, ferramental e disponibilidade (que não está nem 90% do que posso).

Praticamente juntei minhas análises feita em março desse ano de 2022, com o que observei mais recentemente em competições online e em tabuleiros, para formar essa lista com os melhores jogadores brasileiros de Othello. Então posso citar como fonte das minhas observações nomes oriundos dos torneios online realizado em 2020 na junção Criciúma -SC e FBO, em que acenderam ao cenário de jogadores brasileiros nomes antes desconhecidos, torneios online autônomos em que organizei como o Carma Open e o Caos Championship, em que tive alguma ajuda, o último Campeonato Paulista Oficial e o Campeonato Brasileiro Oficial realizados pela FBO, além dos já elencados sites de jogos online.

O que analisei para determinar o nível técnico de cada jogador?

O que observamos primeiro online quando dizemos se um jogador é bom, forte e rápido? Geralmente associamos essas características quase sempre quando estes detém os escudos representativos mais fortes, como é o vermelho e o laranja em sites como PlayOk e Flyordie, o vermelho e amarelo no Othello Quest e, o vermelho e o preto no Vint ee, sendo que no Othello Quest seja a cor do nickname que muda, não havendo um escudo à frente do mesmo.

Mas, como era de se esperar, não me ative só a esses detalhes, até mesmo porque nem sempre são confiáveis, explico: em sites como o Flyordie, por exemplo, que amo de paixão, é possível se "enriquecer" de pontos jogando apenas com jogadores de baixíssima pontuação, estratégia essa utilizada por poucas e tristes pessoas dentro da plataforma húngara, o que os converte em suprassumos de escudos vermelho no site, sem nem mesmo conhecer alguma estratégia básica ou mediana. Então não, esse jamais seria o meu único critério. Então quais foram?

Pensei da seguinte forma; o que encanta ao vermos um bom jogador em prática? Para mim, a primeira seria um jogador que domina bem as aberturas, as opens, sejam elas uma das 89 aberturas pré-catalogadas do jogo ou, alguma oriunda da genialidade daquele jogador. A segunda seria o domínio de meio de jogo, que de fácil não tem absolutamente nada! O meio de jogo, também conhecido como middlegame, é onde acontecem jogadas estratégicas complexas, como a famosa "envenenar discos", a mobilidade, a alimentação opositora, extração, criar acesso e uma série de tsujis (tijusis são as chamadas jogadas excepcionais, muitas vezes fatais ao adversário) na qual a mais famosa é a bendita: stoner trap. O terceiro critério não poderia ser outro se não O temido endgame, que são os 12 movimentos finais (12 casas vazias finais) em que ambos se degladiam em um espaço curto tentando ficar com as últimas peças do tabuleiro, esse momento do jogo é repleto de mistérios, pois é quando acontecem de maneira mais nítidas as hiper-paridades, a paridade, os acessos negados, bem como as swindles (swindle é um truque em que você pode enganar o seu adversário estrategicamente, jogando 2 vezes seguidas em uma região). Já a paridade, ao meu entender é a capacidade ativa de reverter o reverse de peças em uma partida, para assim obter o maior número de peças ao final da mesma. Isso é controverso, uma vez que eu enxergo a palavra "paridade" como um verbo, outros a enxergam como um substantivo, algo inerte. 

A hiper-paridade/hiperregiões e a teoria do número par ao meu modo de entendimento se encaixam muito mais como substantivos, uma vez que acontecem de forma contínua sem que nada as parem, a não ser um zeramento. Ou seja, dominar o endgame exige um conhecimento bem abstrato do jogador.

Porém, resolvi acrescentar critérios "estéticos" nessas observações, que nada mais é do que mesmo para um leigo, a capacidade de encantar enquanto joga. O primeiro (4⁰ no geral), seria a criatividade, existem jogadores que têm um entendimento tão deslocado dos padrões pré-estabelecidos que chega a ser deslumbrante vê-los jogar, seja criando aberturas alternativa, entricando o middlegame de maneira simétrica ou abrindo mão de cantos e bordas no final da partida, em seus endgames encantadores. O segundo (5⁰ no geral) é a constância, que está ligada à capacidade do jogador em manter a média de habilidade no mesmo patamar, sem oscilações drásticas no desempenho, usando aqui o site Flyordie, existem alguns jogadores que em um dia estão com 650 pontos com 10 vitórias seguidas, e dois dias depois estão com 520 pontos com apenas 2 vitórias no dia, isso é uma oscilação drástica, que acaba denunciando que ou o jogador está passando por algum problema particular que o desconsertou retumbantemente, ou, o mais provável, já que isso é quase uma constante, o jogador não é apegado a treinos, aprimoramento, análises e, talvez não seja muito competitivo, o que o leva à uma espécie de "efeito sanfona" técnica.

A oscilação técnica leve e mediana é natural, acontece comigo às vezes, principalmente quando estou preocupado, ocioso ou estressado, mas reparo que mesmo que o meu desempenho caia, ainda consigo manter um bom nível de jogo. O terceiro critério (6⁰ no geral) é a habilidade geral, e isso engloba muita coisa, pois é a somatória de tudo, ou seja, do que o jogador treina, observa, absorve, aprimora, descarta, cria, inova e se adapta, seja jogando contra um adversário de alto nível, ou iniciante (que costuma virar o máximo de peças possíveis, só não abrindo mão dos cantos), geralmente esses jogadores ao perceberem que estão jogando com alguém mais fraco, até mesmo entregam um dos cantos para que a partida seja mais equilibrada, porém quando jogam com alguém muito forte que conhece muitas aberturas, são capazes de mudar levemente, porém de maneira avassaladora, nuances de aberturas conhecidas para confundir o adversário. Esse tipo de jogador geralmente treina muito, analisa muito, e tem muita fluidez no jeito de jogar. O quarto e último critério (7⁰ em geral) é algo que implementei agora, para definir o panorama geral desses jogadores, e está ligado ao que eu acabei de falar acima: fluidez. Que é a capacidade de jogar leve, criando, defendendo e atacando com elegância, com finess, é a capacidade de enxergar a possibilidade de acabar com o jogo em um ataque diagonal na metade da partida e fazer, sem medo de "arriscar" uma vez que tendo a capacidade técnica de enxergar em 3D em sua imaginação a sequência daquela jogada, não há risco algum. Essa dinâmica, rapidez ao jogar, facilidade de sair de quase qualquer situação é o que eu chamo de fluidez.

Bom, como já havia dito, não tem como ser perfeito e nem perto disso nas minhas análises, nem almejo isso.

Apenas espero que seja uma lista ao menos curiosa para quem lê, até mesmo porque ela é uma bela oportunidade de conhecer nomes dos quais muito provavelmente você nunca ouviu falar antes, nomes que para você que jogou a vida toda no Flyordie ou PlayOk soarão estranhos, nomes que raramente pisam ou até mesmo nunca ouviram falar no Othello Quest ou Vint ee, muitos desconhecem que há esse mesmo esporte em tabuleiros, que há federações e associações do jogo ao redor do mundo, ou até sabem, mas preferem o modo online, e isso tem que ser respeitado.

Faço esse exercício, que para mim é bem divertido desde 2011! Não poderia perder essa tradição, não é mesmo?

Algumas observações: há quem sempre diga de nomes que não estariam na lista, que deveria colocar jogador(a) x ou y, mas o que posso garantir a vocês, é que há muito anonimato em sites, muitas das vezes o nome do(a) jogador(a) que você acha que está faltando na lista, na verdade já está aí, porém com nomes diferentes ou nicks anônimos em alguns sites (eu próprio uso nicks desconhecidos em sites, apesar de ter o meu oficial), então por questão de respeito, não revelarei os nicks de todos dessa vez, a não ser no caso do "Samba Brasil" que ninguém sabe quem é. Vou citar o nick "Isadora" lá do site Flyordie, que disseram que faltou nas minhas últimas listas. Turminha, é muito provável que a dona do nick já esteja aí nessa lista, mas como meu papel aqui é apenas listar os nomes reais (dentro do possível) não cabe a mim revelar o disfarce de ninguém, certo? Outro jogador que poderia estar nessa lista seria o Pedro Jorge, sossegadamente entre os 10 melhores, porém ele é português, não brasileiro, diferente do Alfredo Jara, que é chileno mas é naturalizado brasileiro e residente no país há anos.

Então, espero que ninguém se ofenda com essa lista, ela não revela QI de ninguém, não menospreza ninguém, não é o ranking oficial de nenhuma entidade, não tem caráter pétreo (na próxima lista quem estava embaixo poderá estar lá em cima!) e, é unicamente baseada nas observações pessoais de um cara que ama esse jogo, e que joga desde 2004, joga online desde 2006, treina quase todos os dias desde 2009 e que já conquistou alguns títulos por ai, tentei usar esse embasamento para lapidar as joias que temos em mãos.

Que graça teria ter um conhecimento sem poder compartilhá-lo? Sem poder puxar os demais para que possa expressar o seu melhor.

Essas minhas listas deixam muitos jogadores empolgados e gratos, com mais garra para continuar treinando e subindo cada vez mais.

É isso.

Muito Obrigado a Todos!

Boas festas!

Fabrício Silva (editor)

Esquemas de cores de escudo:

Flyordie (Húngria)

Vermelho - Laranja - Amarelo - Azul - Verde - Azul Claro e Cinza.

PlayOk (Polônia) - Vermelho - Laranja - Amarelo - Verde e Azul Claro.

Othello Quest (Japão) - Vermelho - Amarelo - Roxo - Verde e Cinza.

Vint ee (Estônia) - Vermelho - Preto - Azul - Verde e Cinza.

Vamos à lista?

Os melhores jogadores brasileiros de 2004 a 2022.

1⁰ - Adrian Buyo
2⁰ - Guilherme Chyodetto
3⁰ - Dennis Medeiros
4⁰ - Vitor Cid
5⁰ - Anuar Haddad (Salim)
6⁰ - Lucas Cherem
7⁰ - Jun Takemoto
8⁰ - Lucas Cid
9⁰ - Henrique Oliveira
10⁰ - Fernanda Pimentel
11⁰ - Luiz Silveira
12⁰ - Robson (robão)
13⁰ - Paulo Silva
14⁰ - Ricardo Brandão
15⁰ - Adegar Alves
16⁰ - Rose Matsumoto
17⁰ - Elk Franks
18⁰ - Melcks Lima
19⁰ - David Souza
20⁰ - Leonardo Viana
21⁰ - Jefferson C.
22⁰ - Marcos Pires (Kmarão)
23⁰ - Denis Ribeiro
24⁰ - Peter Buchan
25⁰ - Paulino Jr.
26⁰ - Paulo Farina
27⁰ - Rubens Pereira
28⁰ - Suzana Petry
29⁰ - Mitsuru Dairokuno
30⁰ - Luigi Ronsani
31⁰ - Carlos R. Milnitz
32⁰ - Renato Waitman
33⁰ - Fabrício de Jesus
34⁰ - Silvia ABB
35⁰ - Alexandre Rossi
36⁰ - José Lucimério
37⁰ - Paulo Kitada
38⁰ - Daniel Dantas
39⁰ - Humberto Lopes
40⁰ - Eunice Oliveira
41⁰ - Janfrancisco Ramalho
42⁰ - Halan Davys
43⁰ - Guilherme Lisboa
44⁰ - Carlos André
45⁰ - Dinah Godoy
46⁰ - Roberto Iglesias
47⁰ - Laura Fritsch
48⁰ - Thiago Dias
49⁰ - Fabio Orione
50⁰ - Isabella Z.M.
51⁰ - Alexandre Freitas
52⁰ - Gabriel Marden
53⁰ - Evans Fritsch
54⁰ - Moisés Correia
55⁰ - Sidd Pires
56⁰ - Paulo Sartoran
57⁰ - Rodrigo Edelton
58⁰ - Licínio Fernandes
59⁰ - Francisco Lima
60⁰ - Alfredo Jara
61⁰ - "Silva" (Samba Brasil)
62⁰ - Pedro Igor
63⁰ - Vanessa Fabiane
64⁰ - Kauana Teixeira
65⁰ - Rosângela Taranto
66⁰ - Ana Lúcia
67⁰ - Vitor Paié
68⁰ - João Souza
69⁰ - Jesualdo Tubero
70⁰ - Alamir Jr.
71⁰ - Rafael Paié
72⁰ - Ricardo Barros
73⁰ - Martinho Santos
74⁰ - Gilberto Ceorlin

Nenhum comentário: